O valor médio da cesta básica aumentou em abril, na comparação com março, em dez das 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, divulgada hoje pela instituição, as variações mais expressivas no preço do conjunto de produtos alimentícios essenciais ocorreram em João Pessoa (5,32%), Fortaleza (3,95%) e Belo Horizonte (3,85%). Na sequência, vieram as altas nas cestas do Rio de Janeiro (1,82%), Brasília (1,69%) e São Paulo (1,68%).

continua após a publicidade

Nas outras sete capitais pesquisadas pelo Dieese houve queda no valor médio da cesta básica. As variações mais significativas foram verificadas em Manaus (-2,58%), Aracaju (-2,16%) e Florianópolis (-1,90%).

Nos primeiros quatro meses deste ano, 15 capitais contaram com variação acumulada negativa para o custo da cesta básica. Segundo o Dieese, as maiores baixas ocorreram em Aracaju (-15,27%), Florianópolis (-12,09%), Natal (-9,88%), Curitiba (-8,57%) e João Pessoa (-8,24%). Já os aumentos foram apurados em Goiânia (1,16%) e Belém (0,74%). Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo apresentaram recuo de 7,16%, de 6,34% e de 5,79%, no período, respectivamente.

Já nos últimos 12 meses encerrados em abril, seis capitais pesquisadas apresentaram variação acumulada negativa e, nas outras 11 localidades onde foi constatada a alta, o aumento foi inferior ao reajuste de 12,05% concedido pelo governo federal ao salário mínimo em fevereiro deste ano. Em São Paulo, a cesta acumula variação negativa de 0,96% em 12 meses, enquanto o Rio de Janeiro, aumento de 0,16%.

continua após a publicidade

Ranking

A cidade de Porto Alegre apresentou a cesta básica mais cara do País. Foi o sétimo mês consecutivo em que a capital gaúcha liderou o ranking, desta vez com preço médio de R$ 234,81, mesmo após contar com uma queda de 1,64% ante o valor observado em março.

continua após a publicidade

O segundo maior valor de abril para a cesta foi apurado em São Paulo, onde o conjunto de produtos alimentícios essenciais custou, em média, R$ 225,63. Com preços acima de R$ 200, também ficaram as cestas do Rio de Janeiro (R$ 222,60), Brasília (R$ 221,18), Vitória (R$ 219,32), Belo Horizonte (R$ 214,55), Goiânia (R$ 211,85), Manaus (R$ 210,69), Florianópolis (R$ 210,13), Curitiba (R$ 209,73) e Belém (R$ 200,52). Os menores valores do período ficaram com as cestas de Aracaju (R$ 163,76) e Recife (R$ 176,65).

Salário

O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 1.972,64 em abril para ele suprir suas necessidades básicas e da família, de acordo com estudo do Dieese. Com base no maior valor apurado para a cesta básica no período, de R$ 234,81, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,24 vezes maior que o piso vigente, de R$ 465,00.

Em março deste ano, o valor do salário mínimo necessário era maior, de R$ 2.005,57, e correspondia a 4,31 vezes o mínimo em vigor. Em abril de 2008, o valor necessário foi estimado em R$ 1.918,12 e correspondia a 4,62 vezes o salário mínimo oficial na ocasião (R$ 415,00).