Levantamento sobre a inflação de novembro divulgado nesta terça-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) captou um cenário de preços mais pressionados para as famílias paulistanas de menor poder aquisitivo, na comparação com as mais ricas. De acordo com a pesquisa que a instituição realizou por meio do Índice do Custo de Vida (ICV), o indicador específico para os mais pobres registrou no mês passado um taxa de inflação de 0,58%, acima da taxa média geral de 0,52% do ICV e superior à taxa de 0,47% do indicador que captou o custo de vida das famílias com maior poder aquisitivo.

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Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três indicadores de inflação, segundo os estratos de renda das famílias da capital paulista. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49) e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

Mesmo com as diferenças nas taxas dos três estratos, o panorama predominante foi de inflação mais forte que a de outubro. No primeiro estrato, o ICV de novembro foi 0,21 ponto porcentual superior à variação positiva de 0,37% do mês anterior. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,19 ponto porcentual maior do que a de outubro. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,34% para 0,54%.

Na avaliação dos técnicos do Dieese, a alta média de 1,55% do grupo Alimentação em novembro foi decisiva para puxar a inflação entre os mais pobres no período. Para o primeiro estrato, o avanço de preços da Alimentação representou 0,54 ponto porcentual da taxa geral de 0,58%. Para o estrato intermediário, a variação média dos alimentos respondeu por 0,48 ponto porcentual da taxa de 0,54%. Para o terceiro estrato, dos mais ricos, a alta da Alimentação representou 0,39 ponto porcentual da taxa de 0,47% do ICV específico.

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