As negociações salariais com aumento real de salários atingiram, em 2010, a maior proporção em relação ao total desde 1996. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 88,7% de um total de 700 negociações salariais obtiveram reajuste acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – indicador de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2009, a proporção havia sido de 78,9%.
Segundo informações do Dieese, 7% das negociações conseguiram, ao menos, repor a inflação em 2010 e 4,3% não chegaram a este patamar. No levantamento de 2009, os índices dos acordos que conseguiram repor as perdas da inflação e dos que ficaram abaixo do INPC foram de 12,3% e 8,8%, respectivamente.
Regiões
A apreciação dos reajustes salariais segundo o recorte regional revela panorama semelhante entre as cinco regiões: todas registraram aumentos reais em pelo menos 83% das negociações consideradas, com destaque para a região Centro-Oeste (94%) e Sul (92%). As regiões Norte, Nordeste e Sudeste registraram percentuais parecidos de negociações com reajustes superiores à inflação, em torno de 87% cada.
Na região Norte se observa a maior incidência de reajustes que apenas igualaram o INPC-IBGE: 11%. E quando analisados da perspectiva dos reajustes abaixo do INPCIBGE, o Norte e o Sudeste destacam-se por apresentarem os menores percentuais de negociações enquadradas nessa situação (por volta de 2%).
Resultados
Tal como observado nos últimos anos, em 2010, os resultados apurados nas convenções coletivas de trabalho foram melhores que os percebidos nos acordos coletivos de trabalho. Isto transparece na comparação entre o percentual de reajustes salariais acima do INPC-IBGE nas convenções coletivas (91%) e nos acordos coletivos (76%), e também na comparação dos reajustes abaixo do índice: cerca de 3% nas convenções coletivas e 15% nos acordos coletivos.