O Dia das Crianças deste ano, comemorado nesta segunda-feira, deverá ser melhor para o comércio do que o do ano passado. Ao menos é a previsão de entidades que representam os comerciantes.
Os efeitos da crise no Brasil, que há um ano estavam começando a aparecer e agora mostram diminuição, a melhoria dos níveis de emprego e renda, a redução dos juros e boas expectativas para o futuro estão fazendo com que as projeções sejam de crescimento nas vendas, que devem ser de 6% a 15% maiores que no ano passado.
Para o consultor econômico da Federação do Comércio do Paraná (Fecomercio-PR), Vamberto Santana, a perspectiva de vendas é boa, mas não deve se espalhar para os ramos do comércio que não trabalham diretamente com presentes em potencial para as crianças. Segundo ele, a entidade está projetando um incremento nas vendas, no período, de 6% a 8% na comparação com a mesma data no ano passado.
“Há volume maior na massa de salários, nem só porque houve bons aumentos do ano passado para cá, com as negociações coletivas, mas também porque há mais pessoal empregado”, analisa Santana.
Ele lembra que a expectativa de um futuro melhor para a economia nacional também contrasta com a situação do ano passado, quando a crise começava a surtir efeitos. “Na época, ninguém sabia qual seria a intensidade da crise e quanto tempo ela duraria”, afirma.
Santana lembra, ainda, que a inflação no ano, que está em torno de 3%, também ajuda a manter os preços dos presentes relativamente baixos. E há, ainda, boa perspectiva para vendas a prazo.
“A taxa de juros do Banco Central era de 13,5% em janeiro, e hoje está em 8,75%”, ressalta. Esse dois fatores, frisa, podem estimular um aumento no valor unitário médio dos presentes, principalmente devido às compras feitas por consumidores de faixas de renda menores.
Pesquisa
Uma sondagem da Associação Comercial do Paraná (ACP) e da Datacenso reforça a previsão da Fecomercio-PR. Segundo a pesquisa, 39% dos consumidores pretendem gastar mais na compra dos presentes das crianças, e 50,5% dos entrevistados se dizem confiantes no aumento das vendas, em volume e faturamento.
A previsão da entidade é até mais otimista: a ACP projeta que as lojas vendam de 10% a 15% mais que no mesmo período de 2008. No ano passado, o crescimento sobre 2007 tinha sido de 7,3%.
A sondagem da ACP também levantou que o valor médio dos presentes deverá ser de R$ 106,38, sendo os brinquedos, roupas, calçados e CDs e DVDs infantis os mais procurados.
Quase metade (48,6%) dos pais entrevistados afirmaram que pretendem pagar as compras à vista, em dinheiro, e 60,5% dos comerciantes responderam que dariam desconto nas vendas nessa modalidade.
Ipem-PR apreende 966 brinquedos
Redação
Relatório dos técnicos do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR) indica que, durante a Operação Especial Dia das Crianças, encerrada esta semana, foram apreendidos 966 brinquedos e mais de 1,5 mil peças de roupas infantis que estavam sendo comercializados irregularmente no Paraná.
A operação, que foi realizada em Curitiba, Londrina e Cascavel, entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro, foi determinação do Inmetro e teve como objetivo evitar a comercialização de brinquedos fora das especificações da legislação federal.
Os técnicos do Ipem visitaram mais de cem estabelecimentos comerciais e verificaram quase 57 mil produtos, sendo 29.090 brinquedos, 27.580 têxteis da linha infantil e 67 bicicletas. O presidente do Ipem/PR, Marco Berberi, alerta para cuidados com brinquedos que possam trazer problemas às crianças.
“Nesses dias anteriores ao Dia das Crian&cced,il;as cresce muito a oferta de brinquedos de procedência duvidosa e que não estão de acordo com as normas da legislação brasileira. É sempre um risco para as crianças terem contato com um brinquedo que não possua o selo do Inmetro”, adverte.
A surpresa este ano, segundo ele, ficou por conta das bicicletas. Este ano não foi encontrada irregularidade em nenhuma, enquanto no ano passado, 77 foram apreendidas.
Preferência pelas compras a prazo
Helio Miguel
Mesmo com os descontos e com a intenção dos pais de pagar à vista, as lojas parecem estar vendendo mais presentes a prazo. É o caso, por exemplo, da rede Bumerang Brinquedos.
De acordo com o gerente de negócios da empresa, Tommy Darcie, a maioria dos pais tem optado pelo parcelamento das compras, mesmo com as lojas dando brindes no caso de pagamento à vista.
“Quanto mais parcelas, melhor”, afirma, lembrando que a opção mais comum tem sido pelo máximo possível de parcelas sem juros no caso da rede, em seis vezes. Darcie também confirma que o ticket médio das compras aumentou em relação ao ano passado.
E afirma que o oferecimento de benefícios para compras acima de certos valores tem feito com que muitos clientes que vão às lojas para levar apenas um presente acabem comprando mais alguma coisa – a ponto até de a empresa estar desenvolvendo política semelhante para o Natal.
“Os consumidores gostam desse tipo de incentivo”, conta. O gerente também informa que as vendas estão bem acima das previsões das entidades: “Até quinta-feira, vendemos 27% mais em relação ao dia 8 de outubro do ano passado”, revela.
Ele diz não acreditar que o crescimento seja devido a uma antecipação das compras em virtude do feriado e comemora a melhora, que deverá compensar o movimento ruim dos meses anteriores. “O período de agosto a setembro foi bem fraco. Se a crise econômica não nos afetou, a crise da gripe, sim”, diz.
