Devolução de cheques bate recorde histórico

Levantamento da Serasa revela que em fevereiro de 2004 foram devolvidos por insuficiência de fundos 16 cheques a cada lote de mil compensados, uma alta de 2,6% no índice de inadimplência, na comparação com janeiro, quando foram devolvidos 15,6 cheques a cada mil. Os dados indicam um recorde histórico de devoluções de cheques para o mês, desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1991. O estudo da Serasa mostra, ainda, que no mês passado foram compensados, em todo o País, 158,4 milhões de cheques, dos quais, 2,53 milhões devolvidos por falta de fundos.

São Paulo (AG) – O pico de inadimplência com cheques ocorreu em maio de 2003, quando, a cada mil cheques compensados, 17,6 retornaram sem fundos. Foi o recorde de devoluções, sob todos os aspectos de comparação, desde a criação do indicador, em 1991. A média anual em 2003 também foi recorde, de 15,5 cheques devolvidos a cada mil compensados.

De acordo com a Serasa, a alta de cheques devolvidos por falta de fundos em fevereiro ocorre devido ao aumento das vendas no varejo no Natal de 2003, em relação ao mesmo período de 2002, conforme apontado pelos estudos econômicos da própria empresa, que demonstraram a prática de alongamento nos prazos de aceitação dos cheques pré-datados.

Segundo os economistas da Serasa, a permanência de uma conjuntura não-favorável ao consumidor – juros elevados, alto desemprego e renda em queda – no primeiro bimestre de 2004, somada à não correção da tabela do Imposto de Renda e à criação de novos impostos e taxas, deixam menor renda disponível para o consumidor honrar os compromissos assumidos anteriormente.

Apesar de o número absoluto de cheques devolvidos em fevereiro deste ano ser ligeiramente inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado (2,58 milhões), o total de cheques compensados caiu, 12,1%, por causa do menor número de dias úteis do mês em 2004, com a ocorrência do Carnaval. No ano anterior, o feriado foi em março.

Segundo a Serasa, o primeiro semestre do ano concentra as marcas mais altas de inadimplência com cheques, devido ao alongamento de prazos praticados nas vendas com cheques pré-datados no Natal. Em 2004, esse fato deve novamente ocorrer, salientam os economistas, pois o primeiro trimestre ainda não mostra sinais generalizados de melhoria na atividade econômica, sobretudo no que diz respeito aos seus reflexos nos indicadores de desemprego e renda.

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