economia

‘Devíamos ter com EUA abordagem comercial comum à China’, diz comissária da UE

A comissária de Comércio da União Europeia (UE), Cecilia Malmström, defendeu nesta quarta-feira que, em vez de impor tarifas um sobre as importações do outro, o bloco e os Estados Unidos deviam encontrar uma abordagem comercial comum em relação à China.

A sueca disse em entrevista à emissora Bloomberg TV torcer para que Washington estenda o período de suspensão das tarifas sobre carros e autopeças importados, que abrangeria também aqueles comprados da UE. Em 17 de maio deste ano, a entrada em vigor das cobranças foi adiada por 180 dias, o que, em teoria, empurra a data de implantação para 13 de novembro. “As nossas vendas de carros e autopeças aos EUA não são uma ameaça à segurança nacional”, defendeu.

Além disso, seria “bom” haver um entendimento na disputa no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre subsídios a fabricantes de aeronaves que envolve a americana Boeing e a francesa Airbus, acrescentou Malmström. “A OMC já concluiu que ambos pecamos.”

Contudo, no que tange as negociações comerciais com os EUA, a sueca afirmou que, por não haver consenso sobre este tema, o mandato dado pelos Estados-membros à Comissão Europeia não contempla, por ora, a inclusão de produtos agrícolas em um eventual pacto.

Após ressaltar a vocação da UE para o comércio global, citando acordos comerciais firmados com o Mercosul, Cingapura, o Japão e o Canadá, Malmström afirmou que Bruxelas negocia ainda com a Austrália e a Nova Zelândia.

Para ela, se o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, quiser mudar o acordo já negociado para o Brexit, ele precisa apresentar propostas.

“Até saber que tipo de Brexit teremos, seja com ou sem acordo, não podemos negociar um acordo comercial com o Reino Unido”, disse.

A atual data-limite para a separação britânica do bloco é 31 de outubro, mas a oposição se mobiliza no Parlamento para forçar um novo adiamento como antídoto contra um Brexit sem acordo. Johnson, por outro lado, faz repetidamente provocações dizendo que, se seus adversários tiverem espírito democrático, eles deviam submeter esse plano à vontade do povo em uma eleição antecipada para 15 de outubro.

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