A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) encerrou 2010 com mais um recorde, o nível de desocupação em dezembro ficou em 2,8%, em função do ótimo desempenho da indústria e do comércio.

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Os dados são do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com base nos números da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora seja um recorde dentro da série histórica e, em valores nominais, represente aquilo que os economistas classificam como situação de pleno emprego, na prática, o percentual é considerado uma anomalia provocada por oferta de vagas de baixa remuneração e preenchidas por profissionais com pouca qualificação.

Para o presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, o pleno emprego não existe nem no Paraná, nem no Brasil. “O apagão de mão de obra em funções primárias pode, neste momento, inflacionar os salários mais baixos, mas isso tende a se reverter no médio prazo.

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Aliás, sem capacitação, tais funcionários são os primeiros a perderem empregos em uma desaceleração da economia”, aponta Lourenço. “É ótimo verificar a redução do desemprego brasileiro que, em 2003, chegou a 12,4% e, em 2010, recuou para 6,7%, porém, não podemos nos iludir com a ideia de que vivermos o chamado pleno emprego”, alerta.

Para o presidente do Ipardes, o quadro de plenitude na ocupação de vagas vem acompanhado de vários fatores como jornada de trabalho menor, redução na precariedade das contratações (quase metade dos trabalhadores não possuem carteira de trabalho assinada) e redução nos altos índices de acidentes de trabalho no País, bem como de rotatividade nas empresas.

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“A existência de um descompasso nas taxas entre as diversas regiões do Brasil, e o fato de haver 1,5 milhão de brasileiros desempregados que não conseguem ter capacitação mínima para ocupar as vagas em aberto também demonstram nossa distância de um quadro ideal de empregabilidade”.

Nas seis maiores regiões metropolitanas do País, o resultado foi: Salvador (8,4%), Recife (6,9%), São Paulo (5,3%), Rio de Janeiro (4,9%), Belo Horizonte (4,3%) e Porto Alegre (3,0%).

Capacitação

Ainda sobre capacitação, o presidente do Ipardes, critica o abismo entre a matriz curricular de boa parte das universidades e as demandas dos empregadores. “Tanto no Ensino Médio quanto no Ensino Superior percebemos uma formação quantitativa e massificada incapaz de fornecer profissionais mais qualificados. Por esta razão que as instâncias públicas e privadas deveriam focar em uma ação de Estado, uma espécie de Bolsa Qualificação, para a capacitação. Só assim conseguiremos um crescimento sustentável”, orienta.