A taxa de desemprego das seis maiores regiões do País voltou a subir em agosto depois de três meses consecutivos de queda. Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego ficou em 11,4% da PEA (População Economicamente Ativa. Em julho, a antecipação das contratações na indústria para atender a demanda de final de ano levou a taxa a recuar para 11,2%.

Segundo o IBGE, a variação não é significativa estatisticamente e pode ser explicada pelo aumento no número de pessoas procurando emprego – quando uma pessoa não procura trabalho ela sai do contingente de desempregados e deixa de pressionar a taxa de desocupados.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo Pereira, uma possível explicação para a variação é o fator sazonal do trabalho das mulheres. “Agosto é o mês depois da férias escolares. Cerca de 60% dos desocupados são mulheres. Quando os filhos entram em férias, elas param de procurar emprego”, disse.

Com a volta das aulas, o número de pessoas procurando emprego volta a crescer. A participação das mulheres entre os que procuram emprego cresceu de 53,1% em agosto de 2002 para 56,1% em agosto de 2004.

Desemprego cai em relação a 2003

Na comparação com agosto de 2003, houve queda no desemprego. À época, a taxa estava em 13,0%.

O número de pessoas desocupadas cresceu 2% em relação a julho, chegando a 2,458 milhões de pessoas em agosto. Em julho, esse total era de 2,410 milhões.

A população ocupada manteve-se estável em 19,2 milhões de pessoas na comparação com julho. Em julho, os ocupados somavam 19,1 milhões.

Renda

O rendimento médio do trabalhador caiu 1,4% de julho para agosto e atingiu R$ 893,10. Em relação a agosto de 2003, a renda do trabalhador caiu 0,9%.

Regiões

Por regiões, a maior taxa de desemprego, na comparação com julho de 2004, foi verificada em Salvador, que teve desemprego de 16,6%.

Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram taxas de 8,6% e 12,6%, respectivamente. As outras regiões pesquisadas são: Recife (13,5%), Belo Horizonte (10,2%) e Porto Alegre (8,5%).

Caged

No início da semana, o governo federal divulgou a criação de 229 mil vagas com carteira assinada em agosto no país, 0,94% superior ao resultado de julho, de acordo com a pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O volume de contratações foi recorde para o mês de agosto. O mercado de trabalho criou 1,466 milhão de empregos com carteira assinada de janeiro a agosto deste ano, o maior volume de vagas formais já geradas para o período desde o início da pesquisa, em 1992.

continua após a publicidade

continua após a publicidade