A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do País subiu pelo segundo mês seguido e chegou a 10,6% da População Economicamente Ativa (PEA) em fevereiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em janeiro, com um movimento típico de início de ano, a taxa subiu para 10,2%.

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A taxa de desemprego costuma apresentar movimento ascendente no início do ano com a dispensa dos trabalhadores temporários. Em razão do grande número de feriados no final do ano, a procura por emprego neste período costuma ser menor.

Com isso, janeiro e fevereiro são marcados pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho. Em dezembro, o desemprego atingiu o menor nível da série histórica do IBGE, iniciada em 2001, e ficou em 9,6%.

Desocupação

O total da população desocupada aumentou em 109 mil entre janeiro e fevereiro e chegou a 2,313 milhões de pessoas. O aumento foi puxado principalmente pelo aumento do desemprego no Rio de Janeiro, que registrou um acréscimo de 59 mil no total de desocupados.

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A taxa de desemprego no Rio de Janeiro passou de 7,4% em janeiro para 8,4% em fevereiro. Segundo o coordenador da pesquisa, Cimar Pereira, com o Carnaval no início de fevereiro, a dispensa dos trabalhadores temporários foi adiada para fevereiro. Por isso, o tradicional aumento no número de pessoas em busca de emprego no começo do ano ocorreu em fevereiro no Rio de Janeiro.

São Paulo também registrou aumento no número de pessoas desocupadas. Em São Paulo, a taxa passou de 11,1% para 11,5%, mas o IBGE não considera o aumento significativo estatisticamente.

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O IBGE destaca que houve um aumento significativo no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, de 1,5% em relação a janeiro e de 5,9% na comparação com fevereiro do ano passado.

O aumento na comparação anual é o maior desde o início da série histórica. Os trabalhadores sem carteira tiveram queda de 3,5% em relação a janeiro e alta de 5,7% na comparação com fevereiro de 2004.

De fevereiro de 2004 para cá houve aumento de 438 mil pessoas no número de empregados com carteira assinada. No mesmo período, o saldo dos sem carteira e dos informais foi de um acréscimo de 34 mil pessoas.

Escolaridade

A pesquisa constatou também um aumento da escolaridade entre os trabalhadores em busca de emprego. A participação de pessoas com 11 anos ou mais de estudo passou de 42,6% em fevereiro do ano passado para 46,2% em fevereiro deste ano.

O aumento na escolaridade não ocorreu somente entre os que estão procurando trabalho. Na população ocupada, a participação de pessoas com 11 anos ou mais de estudo passou de 48% para 50,3% no mesmo período.

Renda

Apesar do aumento do desemprego, a renda do trabalhador cresceu 1% em relação a janeiro e 2,6% sobre fevereiro de 2004. A renda alcançou R$ 932,90 no mês passado.

Somente o Rio de Janeiro teve queda no rendimento entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas. O recuo foi de 1,1%. São Paulo teve alta de 1,5%.

Para o IBGE, a melhora na qualidade do emprego está se refletindo na renda. Com o avanço do número de trabalhadores com carteira assinada e a queda no número de informais, a tendência é que a renda aumente porque os salários dos trabalhadores informais costumam ser menores.