A taxa de desemprego da Região Metropolitana de São Paulo foi de 10,9% em março, a menor taxa para o mês em 23 anos, de acordo com a pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, tanto na capital, quanto no ABC e nos demais municípios, as taxas aumentaram um pouco na comparação com fevereiro, mas são as menores para março desde 1991, “o que mantém as conquistas alcançadas na última década em termos de redução da taxa de desemprego”.
Entre as sete regiões do país analisadas para a pesquisa, os sinais não são muito diferentes. A taxa de desemprego subiu de 10,4% para 11,0%. “Estamos vivenciando uma situação de crescimento de proporção de desempregados em relação aos meses anteriores. Mas também estamos em um período em que essa situação é sazonal”, disse a economista Ana Maria Belavenuto.
Ocupação
Com relação ao nível de ocupação na Região Metropolitana de São Paulo, houve queda de 0,6% em março deste ano ante igual mês do ano passado. Esta é a primeira vez, desde setembro de 2009, que a ocupação apresenta queda na análise sobre um mesmo mês do ano anterior, revelou Loloian. “São respostas à relativa estagnação do nível de atividade da economia e, no caso do emprego, sempre tem um certo intervalo em termos de repercussão no nível de ocupação.”
Desde agosto do ano passado, o nível de ocupação da região, na análise entre meses iguais de anos distintos, vêm desacelerando, mas agora alcançou patamar negativo. Em fevereiro, a variação foi de 0,3% e, em janeiro, 0,4%.
A grande responsável pela redução nos níveis de ocupação é a Indústria de Transformação. De março de 2012 para cá, o setor perdeu 106 mil postos de trabalho, uma queda de 6,1% na ocupação. Só de fevereiro deste ano para o mês seguinte, foram fechados 54 mil postos de trabalho. A estimativa é que o total de ocupados no setor, em números absolutos, tenha chegado a 1,624 milhão no mês passado, uma diferença significativa com relação ao número de trabalhadores da Indústria de Transformação em fevereiro de 2011, por exemplo (1,792 milhão). O setor denominado metal-mecânica puxou as demissões da indústria, com fechamento de 31 mil postos de trabalho.