Rio (AE) – A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País interrompeu em 2006 uma trajetória de dois anos de queda e ficou em 10%, ante 9,8% em 2005. Para o IBGE, o resultado foi de ?estabilidade? em relação ao ano anterior. A pequena elevação na taxa não impediu uma melhora qualitativa no mercado de trabalho, com aumento da formalidade e do rendimento.

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Cimar Azeredo, gerente da pesquisa mensal de emprego, disse que só com uma ?economia muito mais aquecida? será possível gerar vagas suficientes para reduzir mais a taxa de desemprego. Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concorda: ?O PIB (Produto Interno Bruto) tem que crescer mais para o mercado absorver uma parcela maior de mão-de-obra?. Em 2003 o desemprego havia sido de 12,3% e em 2004 de 11,5%.

Mais qualidade

Para Azeredo, o ano de 2006 foi marcado por ?uma melhora mais qualitativa do que quantitativa? no mercado de trabalho. O número de pessoas ocupadas cresceu 2,3% em 2006 ante 2005, expansão inferior às registradas, ante ano anterior, em 2005 (3,0%) e 2004 (3,2%).

O número de pessoas desocupadas (sem trabalho e procurando emprego) também cresceu, com aumento de 4,0% ante 2005. Como o número de pessoas procurando uma vaga aumentou, sem geração de vagas suficientes, a taxa de desemprego permaneceu pressionada.

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O aumento no número de desocupados em 2006 ante 2005 reverte uma trajetória de queda nesse contingente apurada pelo IBGE nas seis regiões metropolitanas em 2005 ante 2004 (-13,4%) e em 2004 ante 2003 (-5,0%). Segundo Azeredo, é possível que o incremento na qualidade do mercado de trabalho no ano passado, com mais formalidade e renda mais alta, tenha tornado mais atraente a procura por emprego, elevando o número de desocupados.

No que diz respeito à formalidade, houve aumento de 5,2% no número de ocupados com carteira assinada ante o ano anterior, enquanto o número de ocupados sem carteira assinada caiu 3,4% de um ano para o outro.

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Para Marcelo de Ávila, a conjunção de mais emprego formal e maiores ganhos salariais tornou atrativa a busca de uma vaga. Segundo ele, a realização de eleições contribuiu para isso já que sempre são geradas vagas no período de campanha.

Também para os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em relatório sobre a pesquisa, ?o comportamento da renda deve ter servido para que um maior número de pessoas se dispusesse a procurar emprego?.

Rendimento

O rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 4,3% em 2006 ante 2005. No ano passado, o rendimento médio mensal foi de R$ 1.045,75, ante uma média mensal de R$ 1.022,66 no ano anterior. Segundo Azeredo, o aumento foi resultado do reajuste do salário mínimo e da inflação mais baixa.

A trajetória da renda média dos trabalhadores foi positiva em todo o ano passado. Em dezembro, quando a taxa de desemprego chegou a 8,4% – ante 9,5% em novembro – o rendimento cresceu 0,6% ante novembro e 4,5% ante dezembro de 2005.

A taxa de desemprego apurada em dezembro foi a menor desde dezembro do ano anterior, e respondeu muito mais à queda no número de desocupados (-13,3%) ante novembro do que à geração de vagas, já que o número de ocupados ficou estável ante mês anterior.

Segundo Azeredo, a baixa geração de novas vagas em dezembro – o número de ocupados ficou estável (mais 0,1%) ante novembro -, aliada ao fato de que o número de pessoas procurando emprego sempre aumenta no início do ano, torna possível antever um aumento da taxa de desemprego em janeiro de 2007, em relação à apurada em dezembro de 2006.