Desemprego fica em 12,3% no primeiro ano de Lula

A taxa média de desemprego foi de 12,3% em 2003, primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), em dezembro, o nível de desocupação foi de 10,9%, menor que os 12,2% registrados em novembro – confirmando o comportamento típico dessa época do ano. Em dezembro de 2002, a taxa de desocupação brasileira havia sido de 10,5%. A média do último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso – entre janeiro e dezembro – foi de 11,7%.

Se a base de comparação for o número absoluto de desempregados, houve aumento entre 2003 e 2002. No final do ano passado, 2,3 milhões de pessoas estavam desocupadas nas seis regiões metropolitanas pesquisados pelo IBGE. No final de 2002, eram cerca de 2,1 milhões. Um crescimento de 8,7%, ou 183 mil pessoas a mais procurando trabalho.

São Paulo

Em relação ao mês de novembro de 2003, houve redução no número de desempregados em quase todas as regiões pesquisados. A exceção foi Belo Horizonte, onde a taxa subiu 0,7%.

As maiores quedas no índice de desocupação foram em São Paulo, com recuo de 16,5%, e Porto Alegre (-17,1%). Em seguida vieram Recife (-14,9%), Rio de Janeiro (-5,6%) e Salvador (-4,5%).

Em dezembro de 2003, os homens representavam 45,6% do contingente de desocupados, enquanto as mulheres eram 54,4%.

Semestre

Na comparação da taxa de desocupação do segundo semestre de 2003 com o mesmo período de 2002, houve aumento em quase todas as regiões analisadas. Nessa base de comparação, o índice subiu de 11,3% em 2002 para 12,5% no ano passado.

A maior alta foi em Salvador, onde o índice passou de 14,2% para 17%. Em Recife, a taxa saltou de 12,1% para 14,1%; em São Paulo, de 12,5% para 14,2%; em Porto Alegre, de 8,1% para 9,5% e em Belo Horizonte, de 10% para 11%. A exceção foi o Rio de Janeiro, onde a taxa caiu de 9,7% para 9,3%.

Ativos

O número de pessoas economicamente ativas foi menor em dezembro de 2003. Ao todo, haviam 21,2 milhões de pessoas atuando no mercado de trabalho brasileiro em dezembro do ano passado, 1,2% a menos que o mês imediatamente anterior.

O motivo, segundo o IBGE, foi a redução na taxa de desocupação e o aumento na taxa de ocupação, que subiu de 56,8% para 57,8%. Na comparação com dezembro de 2002, houve um aumento de 4,9% no número de pessoas economicamente ativas.

Os dados do IBGE mostram ainda que do total da população economicamente ativa (21,2 milhões), 89,1% estavam ocupadas. Segundo a pesquisa, havia 18,9 milhões de pessoas empregadas nas seis regiões metropolitanas analisadas pelo instituto. Esse dado mostra estabilidade em relação a novembro e aumento de 4,5% em relação a dezembro de 2002.

Mulheres são maioria na fila

As mulheres são maioria nas filas de desempregados do país. De acordo com o IBGE, no final do ano passado, dos 2,3 milhões de pessoas que estavam desocupadas, 54,4% eram do sexo feminino. O dado se equipara a números que foram divulgados recentemente pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre os países da América Latina, e também mostraram que o desemprego atinge mais as mulheres que os homens.

Mesmo nos países que tiveram aumento na taxa de emprego em 2003, como Argentina e Chile, as vagas criadas foram ocupadas, na sua maioria, por homens, e não por mulheres.

Na Argentina, por exemplo, a redução da taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2003, em comparação com o mesmo período de 2002, foi mais significativa para os homens (6,1 pontos percentuais) que para mulheres (4,7 pontos).

No Chile, a taxa de desemprego dos homens registrou uma diminuição de 0,8 ponto percentual entre janeiro e setembro de 2003, enquanto a das mulheres se manteve constante.

Brasil e Peru foram exceções. Enquanto as taxas de desemprego masculinas se mantiveram constantes, as femininas tiveram queda de 0,8 e 0,4 ponto percentual, respectivamente.

Renda teve queda de 12,5% em dezembro

A renda média do trabalhador brasileiro caiu 12,5% em dezembro de 2003, final do primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em relação ao mesmo mês de 2002. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no final do ano passado, a renda média do trabalhador era de R$ 830,10. No mesmo mês de 2002, havia sido de R$ 859,40. Em relação a novembro de 2003, o recuo foi de 1,2%, para R$ 835,80.

O IBGE também analisou a variação dos primeiros 10 meses de 2003 em relação ao mesmo período de 2002. Nessa base de comparação, a renda caiu 12,9%. No período, o rendimento médio dos trabalhadores passou de R$ 983,85 para R$ 856,78.

A comparação não abrange os 12 meses do ano porque, no final de 2002, o IBGE fez alterações na metodologia da pesquisa. Por conta das modificações, o instituto deixou de contabilizar a variação de algumas regiões em dois meses do ano e para evitar erros de cálculo preferiu exclui-los da divulgação.

Regiões

Na comparação com dezembro de 2002, o rendimento médio teve queda acentuada em todas as áreas pesquisadas. Em Recife, o salário ficou 12,2% menor; em Salvador, 3,6%; em Belo Horizonte, 6,4%; no Rio de Janeiro, 13,6%; em São Paulo, 15,3% e em Porto Alegre, 2,5%.

Houve queda de 4,6% no rendimento dos trabalhadores com carteira assinada que atuam no setor privado e de 12,1% no salário de quem não tem registro em carteiro. O rendimento dos autônomos teve queda ainda mais acentuada, de 19%.

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