A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) fechou o ano de 2003 com a taxa média de desemprego mais baixa entre as sete regiões pesquisadas pelo IBGE: 7,89%, conforme a pesquisa feita em parceria com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A média nacional nas outras seis regiões onde o IBGE faz o levantamento foi 12,3%, refletindo os índices de desocupação de 9,2% no Rio de Janeiro, 9,5% em Porto Alegre, 10,8% em Belo Horizonte, 13,8% em Recife, 14,1% em São Paulo e 16,7% em Salvador.
Na avaliação do economista Ciro Cezar Barbosa, coordenador da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Ipardes/IBGE, o desempenho positivo do mercado de trabalho na Grande Curitiba se deve à dinâmica da economia paranaense. Enquanto o PIB do País em 2003 deve ficar em 0,5%, o Ipardes estima que o paranaense situe-se na faixa de 2,5%. “O bom desempenho da agropecuária do Paraná se reflete na Região Metropolitana de Curitiba”, observa, destacando que a produção industrial do Paraná é uma das que mais cresce no País. “Estamos exportando mais e produtos de maior valor agregado, o que cria um efeito multiplicador sobre toda a economia”, aponta Barbosa. Medidas adotadas pelo governo do Paraná, como a redução do ICMS e a não implantação do aumento da tarifa de energia elétrica também influenciaram na baixa taxa de desemprego, assinala a diretora do Centro de Estatística do Ipardes, Sachiko Araki Lira. Para 2004, ela estima que o comportamento do mercado de trabalho “pelo menos repita o mesmo desempenho do ano passado”. “A taxa de desemprego sozinha não representa muito. Se as pessoas saem do mercado de trabalho, há redução na taxa, mas é preciso analisar a População Economicamente Ativa”, pondera.
Indicadores
De dezembro de 2002 para dezembro de 2003, a População em Idade Ativa em Curitiba e Região passou de 2,203 milhões para 2,279 milhões de pessoas. A População Economicamente Ativa aumentou de 1,315 milhão para 1,361 milhão de pessoas, a ocupada saltou de 1,232 milhão para 1,273 milhão e a desocupada e procurando trabalho teve expansão de 84 mil para 88 mil. Ao mesmo tempo, a população inativa (estudantes, donas-de-casa e aposentados) teve expansão de 887 mil para 918 mil pessoas. Isso significa que, das 46 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho no ano passado, 41 mil foram contratadas – sendo 30 mil com carteira assinada.
Os setores que expandiram vagas no ano passado foram: intermediação financeira e atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a empresas (22 mil), seguido de comércio, reparação de veículos automotivos e de objetos pessoais e domésticos e comércio varejista de combustíveis (17 mil) administração pública, defesa, seguro social, educação, saúde e serviços sociais (14 mil), serviços domésticos (14 mil), outros serviços (5 mil) e indústria extrativa e de transformação, e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (1 mil). Com saldo negativo, aparecem: construção civil (-25 mil) e outras atividades (-7 mil).
O rendimento médio real habitualmente recebido pelo trabalhador da Grande Curitiba caiu 6,8%, enquanto no País a queda foi de 12,3%. No Brasil, passou de R$ 973,99 para R$ 830,10 e na RMC, de R$ 864,75 para R$ 806,00.
Dezembro
Em dezembro de 2003, a RMC registrou pelo quinto mês consecutivo a menor taxa de desemprego do País: 6,5% – contra 8,0% em novembro e 6,4% em dezembro de 2002. A média nacional – que não inclui a Grande Curitiba – foi 10,9%. Segundo Sachiko, a redução no final do ano é sazonal. O fim das contratações temporárias, principalmente de estudantes, reduz o volume da População Economicamente Ativa, já que estes jovens costumam sair de férias e só voltam a procurar emprego em fevereiro ou março, com o reinício das aulas. desemprego em 2003