A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) registrou em outubro a maior taxa de desemprego do ano: 5,49%, com variação de 0,9% sobre a de setembro (5,44%). Em números absolutos, o mês passado apresentou o maior contigente de desocupados em 2002: 68 mil pessoas, mil a mais que em setembro. Os dados são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com a PME, em outubro a População em Idade Ativa cresceu 0,3%, totalizando 1,959 milhão de pessoas. Já a População Economicamente Ativa (PEA) encolheu 0,6%, passando a 1,230 milhão de pessoas. A população ocupada teve redução de 0,6% (equivalendo a 7 mil postos de trabalho), somando 1,163 milhão, enquanto a desocupada aumentou 1,5%. A População Não Economicamente Ativa teve incremento de 1,7% (12 mil pessoas), saltando para 729 mil.

“Mais pessoas atingiram a idade de trabalhar, mas diminuiu o número de pessoas voltadas para o mercado de trabalho”, comentou o diretor-presidente do Ipardes, Paulo Mello Garcias. Segundo ele, a redução da PEA ocorreu devido ao aumento da inatividade, em decorrência do encerramento das campanhas políticas. “No primeiro turno, havia mais pessoas trabalhando em função das eleições. Com menos candidatos no segundo turno, essa quantidade reduziu”, argumentou. Mesmo assim, houve acréscimo de 31 mil empregos em relação a outubro de 2001.

Garcias salienta que, historicamente, as taxas de desemprego na RMC começavam a cair a partir de julho, comportamento que não se verificou em 2002. “A taxa caiu muito cedo (para 4,61% em julho) e desde então passou a ter pequenos aumentos”. Segundo o presidente do Ipardes, as elevações mensais foram influenciadas pela queda na atividade econômica do País e neutralizadas pelas eleições. “O emprego temporário deve ajudar a reduzir o desemprego em novembro”, aponta Garcias.

O índice de desemprego da RMC ficou abaixo da média nacional das outras seis capitais onde o IBGE faz a pesquisa: 7,4%. Somente o Rio de Janeiro teve taxa menor que a de Curitiba (5,4%). Nas outras regiões metropolitanas, as taxas foram: Porto Alegre (5,9%), Belo Horizonte (6,5%), Salvador (6,9%), Recife (7,9%) e São Paulo (9,1%). A média de desemprego de janeiro a outubro na RMC (5,1%) é menor que a média nacional do período (7,34%).

Setores

Na comparação com setembro, as taxas de desemprego aumentaram 13,8% na indústria de transformação, 15,7% no comércio e 3,1% em serviços. Houve queda de 43,3% no desemprego na construção civil e de 51,7% em outras atividades. Em relação à ocupação, o maior decréscimo aconteceu em serviços (-2,5%), com eliminação de 16 mil vagas. “Boa parcela dessas pessoas atuaram nas eleições”, salientou Garcias. O comércio fechou 4 mil empregos, ao passo que a indústria de transformação e a construção civil abriram, respectivamente, 4 mil e 5 mil novos postos. Mais 5 mil vagas foram criadas em outras atividades.

Renda caiu 10,3% em um ano

Olavo Pesch

A média salarial dos trabalhadores da Grande Curitiba (R$ 734,33) foi a quarta maior do País em setembro. A mais alta foi São Paulo (R$ 960) e a menor, Salvador (R$ 500). Em um ano, a renda média dos trabalhadores da RMC teve queda real de 10,3%.

A PME mostrou recuo de 0,5% no total de empregados com carteira, que passou a 575 mil. Já o número de empregados sem carteira cresceu 0,8%, totalizando 248 mil. O número de empregadores ficou estável em 57 mil pessoas e a quantidade de trabalhadores por conta própria caiu 3,6%, ficando em 267 mil.

Curitiba continua com a maior proporção de empregados com carteira do País (49,33%), seguido de Porto Alegre (48%). A taxa de atividade da RMC teve retração (de 63,32% para 62,8%), mas também segue como a mais alta do País, acima de São Paulo (59,5%) e da média nacional (57%).

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