A divulgação da taxa de desemprego feita nesta quarta-feira (28) pela Fundação Seade e pelo Dieese registrou dois recordes positivos para as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelas entidades – Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Distrito Federal (DF).

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A taxa de desemprego apurada nessas regiões em dezembro, de 12,7%, foi a menor de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 1998. Foi também a primeira vez desde o início do levantamento que o desemprego ficou abaixo dos 13% nas seis regiões metropolitanas pesquisadas.

A taxa média de desemprego de 2008, de 14,1%, foi também a menor desde o início da série histórica, iniciada em 1998. Foi a primeira vez que a taxa anual do desemprego nessas regiões ficou abaixo dos 15%, e o quinto ano consecutivo de queda na taxa de desemprego nas seis regiões.

“Foi o melhor ano dos últimos anos em termos de performance de mercado de trabalho. A ocupação foi gerada em uma intensidade bastante forte e absorveu o incremento, também bastante forte, de pessoas que chegaram ao mercado de trabalho. E o aumento dos postos de trabalho foi predominantemente de empregos formais, com carteira assinada, que dão garantia e estabilidade aos trabalhadores. Isso se reflete diretamente no consumo”, disse o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

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Um dos principais destaques do ano de 2008, segundo Lúcio, foi o crescimento das ocupações na área da construção civil, de 10,3% na média das regiões na comparação com 2007. Quando consideradas as áreas da indústria, comércio, construção civil, serviços e outras ocupações, o nível de emprego aumentou em média 4,9% nas seis regiões metropolitanas pesquisadas, o melhor resultado anual desde o início da série histórica, em 1998.

Para o início de 2009, a expectativa dos pesquisadores é de aumento no desemprego. “O desemprego no primeiro trimestre do ano tem um comportamento sazonal de aumento. Mesmo com o crescimento econômico, a taxa de desemprego nos três primeiros meses do ano cresce, e provavelmente em 2009 observaremos um crescimento um pouco maior do desemprego em função dos impactos da crise financeira internacional no País”, explicou Lúcio.

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“Setores como comércio e serviços vão começar a ser afetados, da mesma forma como a indústria já sentiu os primeiros efeitos da crise”, acrescentou.