A taxa de desemprego atingiu patamar recorde em 25 Unidades da Federação no primeiro trimestre de 2017, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), cuja série histórica foi iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As únicas exceções foram Rondônia (8,0%) e Tocantins (12,6%), que tinham registrado taxas mais altas em 2016.
A taxa mais elevada do primeiro trimestre foi verificada na Bahia, onde alcançou 18,6%. No entanto, houve forte deterioração também em estados de peso na pesquisa, como São Paulo (14,2%) e Rio de Janeiro (14,5%).
“No Rio, isso pode ser resultado da finalização das obras que ocorreram para Olimpíada, e o Estado está passando por uma situação complicada”, lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do referindo-se à crise fiscal. “A gente não pode ser ingênuo de acreditar que ia acontecer tudo o que está acontecendo no Rio e não ia ter reflexo no mercado de trabalho”, completou. A taxa de desemprego no Rio de Janeiro teve um aumento de 45% em relação ao primeiro trimestre de 2016. Em São Paulo, o avanço foi de 18,3%.
A população ocupada encolheu em todas as grandes regiões no período de um ano, enquanto o total de desempregados cresceu. O nível da ocupação – que representa a proporção de empregados em relação à população em idade de trabalhar – foi estimado em 53,1% no primeiro trimestre de 2017 para o Brasil, queda 1,7 ponto porcentual frente ao primeiro trimestre de 2016.
O nível de ocupação recuou ao menor patamar da série histórica tanto para os homens (63,2%) quanto para as mulheres (43,8%). “Se o nível de ocupação cai e o desemprego está aumentando, é porque tem gente perdendo emprego mas querendo trabalhar. Essa redução no nível da ocupação é nociva, porque é acompanhada do aumento na desocupação”, apontou Azeredo.