O professor doutor da Universidade de São Paulo e pesquisador da Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace/USP) Luciano Nakabashi, avaliou que a alta de 6,2% para 6,5% na taxa de desocupação entre os quartos trimestres de 2013 e 2014, apontada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, já mostra a aceleração no desemprego, a qual será mais forte ainda em 2015. “Se 2013 foi um ano fraco, em 2014 a demanda ainda foi estimulada pelo governo com crédito e redução de impostos, o que freou um aumento maior na taxa de desocupação. Mas em 2015 o governo está tirando os estímulos e fazendo o inverso na questão tributária”, afirmou.
Segundo Nakabashi, a indústria e a construção civil devem puxar o aumento na taxa de desocupação em 2015, reflexo retardado do impacto da crise nos dois setores. “As pesquisas de desemprego demoram um tempo para refletir essa crise”, afirmou, citando como exemplo a retração de 3,2% no emprego industrial apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “E tem ainda a agropecuária, que apesar da participação menor nos dados gerais, tem uma forte alta no desemprego”.
Ainda segundo o professor e pesquisador da USP, a melhora na taxa de desocupação entre o terceiro trimestre e o quatro trimestre de 2014, de 6,8% para 6,5%, apontada pela PNAD Contínua “é natural e reflete o crescimento das contratações temporárias para o final do ano”.