A queda na taxa de desemprego em junho (7,0%) em relação a maio (7,5%) refletiu um adiamento na procura por uma vaga no mercado de trabalho, e não a geração de novos postos, segundo observou hoje o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Ele acredita que a taxa caiu porque muitas pessoas deixaram de procurar emprego para não comprometer as férias de julho.

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“Houve um adiamento na procura por trabalho, provavelmente por causa da proximidade das férias. Não há como dizer que as pessoas estão desestimuladas a procurar emprego por falta de oportunidade. Os dados da economia não mostram isso”, disse. Segundo Azeredo, o aumento do poder de compra das famílias também pode estar permitindo esse adiamento na busca por emprego.

A realização da Copa do Mundo, de acordo com o gerente, não teve influência no resultado. “Esse efeito é muito rarefeito pelo número de dias de jogos, que não foram suficientes para ter um impacto na taxa”, afirmou. Segundo informou hoje o IBGE, o número de ocupados ficou estável em junho ante maio, enquanto o número de desocupados caiu 6,6% de um mês para o outro e a população não economicamente ativa (sem trabalho e sem procurar emprego) aumentou 1,1%.

Crise superada

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A taxa de desemprego média do primeiro semestre de 2010 ficou em 7,3%, ante 8,6% no primeiro semestre do ano passado, segundo destacou o gerente da PME. Segundo ele, essa é a menor taxa para um primeiro semestre da série da pesquisa, iniciada em 2002. Para o gerente, os dados de junho confirmam que os efeitos da crise que abalou o mercado de trabalho no ano passado já foram integralmente superados no primeiro semestre.

O rendimento médio real (descontada a inflação) dos trabalhadores ficou em média em R$ 1.420,34 no primeiro semestre deste ano, o maior nível da série para um primeiro semestre. Na comparação com o primeiro semestre do ano passado, a renda média real registrou aumento de 1,7%.

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