ACELERAÇÃO NO 1.º TRIMESTRE

Desempenho da agropecuária garante PIB brasileiro de 1,3%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou aumento de 1,3% no primeiro trimestre deste ano ante o trimestre imediatamente anterior, informou nesta sexta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A soma alcançou, no primeiro trimestre de 2011, R$ 939,6 bilhões, sendo R$ 795,8 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 143,8 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

A agropecuária foi o setor que registrou a maior taxa de crescimento na economia brasileira no primeiro trimestre deste ano, ante o quarto trimestre do ano passado, informou o IBGE. Enquanto o PIB registrou expansão de 1,3% no período, a agropecuária teve incremento de 3,3%. “O crescimento está mais relacionado com a parte da agricultura do que com a pecuária”, destaca Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2010, a agropecuária cresceu 3,1%. O bom desempenho do setor é explicado, sobretudo, pelo aumento da produtividade e da performance de produtos que têm safra relevante nos três primeiros meses do ano. Entre os destaques positivos estão soja (6,3%), milho (3,0%), arroz (18,4%), algodão (69,5%) e fumo (16,3%).

Economistas esperavam um crescimento entre 1% e 1,70% no período, sendo que a mediana das projeções apontava alta de 1,30%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2010, o PIB apresentou alta de 4,2%. Neste caso, as projeções de alta variavam de 3,78% a 5,10%, com mediana de 4,36%.

O crescimento da indústria foi de 2,2%, com destaque para o desempenho da indústria de transformação (2,8%). Construção civil (2,0%) e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,7%) também cresceram; já a extrativa mineral caiu 1,5%.

No setor de serviços (1,1%), as maiores elevações foram em comércio (1,9%) e transporte, armazenagem e correio (1,7%). Os serviços de informação tiveram crescimento de 1,1%, seguidos por administração, saúde e educação públicas (0,9%) e atividades imobiliárias e aluguel (0,2%). A atividade outros serviços registrou estabilidade no trimestre, enquanto intermediação financeira e seguros teve queda de 0,4%.

Em relação aos componentes da demanda interna, o destaque ficou com a formação bruta de capital fixo (FBCF ou investimento planejado), que voltou a acelerar e registrou expansão de 1,2% no primeiro trimestre de 2011 (depois de ter crescido 0,4% no trimestre imediatamente anterior).

Após apresentar crescimentos de 1,1%, 1,7% e 2,3%, respectivamente, nos últimos três trimestres de 2010, a despesa de consumo das famílias desacelerou e teve variação de 0,6% no primeiro trimestre de 2011. Já a despesa de consumo da administração pública cresceu 0,8%. Pelo lado do setor externo, tanto as exportações (-3,2%) quanto as importações de bens e serviços (-1,6%) apresentaram quedas.

Comparação com 2010

Sob a ótica da produção, na comparação do primeiro trimestre de 2011 em relação a igual período de 2010, sobressaiu-se o crescimento dos serviços (4,0%). Todas as atividades de serviços registraram variações positivas, com destaque para intermediação financeira e seguros (6,4%), comércio atacadista e varejista (5,5%) e serviços de informação (5,1%).

Transporte, armazenagem e correio teve expansão de 4,7%; os outros serviços (que englobam serviços prestados às empresas e às famílias, saúde e educação mercantis, serviços de alojamento e alimentação, associativos, serviços domésticos e serviços de manutenção e reparação) cresceram 3,5%. Por fim, administração, saúde e educação públicas teve expansão de 2,8% e serviços imobiliários e aluguel cresceu 1,9%.

O crescimento da indústria desacelerou, passando de 4,3% no quarto trimestre de 2010 para 3,5% no primeiro trimestre de 2011, inclusive por conta da alta base de comparação do primeiro trimestre de 2010. As maiores expansões ocorreram na construção civil (5,2%) e em eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (4,9%). Além disso, a extrativa mineral cresceu 4,0%, e a indústria de transformação, 2,4%, influenciada principalmente, pelo aumento da produção de máquinas e equipamentos; refino de petróleo e álcool; minerais não metálicos; e indústria automotiva (com destaque para caminhões, ônibus, outros veículos e equipamentos de transporte).

Em relação ao primeiro trimestre de 2010, a agropecuária cresceu 3,1%. O que pode ser, em grande parte, explicado por dois fatores: o aumento da produtividade e o desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no trimestre, como soja (6,3%), milho (3,0%), arroz (18,4%), algodão (69,5%) e fumo (16,3%).

Formação bruta de capital fixo

Pelo lado da demanda interna, o principal destaque em relação ao primeiro trimestre de 2010, foi a formação bruta de capital fixo, que cresceu 8,8%. Dentre os fatores que contribuem para explicar esse desempenho, destacam-se a expansão da importação e da produção interna de máquinas e equipamentos.

Nesse mesmo confronto, a despesa de consumo das famílias cresceu 5,9%, a trigésima variação positiva consecutiva. Dentre os fatores que contribuíram para esse resultado, estão os aumentos da massa salarial real e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas. A despesa de consumo da administração pública, por sua vez, cresceu 2,1% em relação ao primeiro trimestre de 2010.

Pelo lado da demanda externa, tanto as exportações (4,3%) quanto as importações de bens e serviços (13,1%) apresentaram crescimento. A valorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das importações. Os produtos da pauta de importação que mais contribuíram para esse resultado foram máquinas e equipamentos; material elétrico; têxteis e vestuário; indústria automotiva; borracha e minerais não metálicos.

Em 12 meses PIB cresce 6,2%

O PIB a preços de mercado acumulado nos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2011 cresceu 6,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, resultado da elevação de 5,6% do valor adicionado a preços básicos e do aumento de 10,5% nos impostos sobre produtos. Dentre as atividades econômicas, a indústria cresceu 7,4%, a agropecuária, 5,8% e os serviços, 4,9%.

Na indústria, destaca-se a extrativa mineral (12,9%), seguida pela construção civil (9,2%), eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (6,9%) e indústria de transformação (6,4%). Já nos serviços, as maiores elevações ocorreram nas atividades de intermediação financeira e seguros (9,8%), comércio (8,5%) e transporte, armazenagem e correio (7,1%).

Na análise da demanda, a formação bruta de capital fixo cresceu 17,1%, seguida pela despesa de consumo das famílias (6,4%) e pela despesa de consumo da administração pública (3,2%). No âmbito do setor externo, exportações (9,2%) e importações (29,2%) tiveram crescimento.

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