O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou R$ 94,6 bilhões em financiamentos de janeiro a setembro deste ano, 3% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Segundo os dados divulgados na manhã de hoje pelo banco, os setores da indústria e da infraestrutura, juntos, responderam por 68% dos desembolsos.
À indústria, foram R$ 33,5 bilhões no período (18% a mais ante os nove primeiros meses de 2011).
De acordo com a direção do banco, os resultados indicam a retomada do crescimento da economia, impulsionada pelos investimentos, sobretudo, na indústria.
À infraestrutura, foram liberados R$ 31 bilhões. Os destaques para a indústria foram para papel e celulose, química e petroquímica, mecânica e material de transporte.
No mês
Considerando apenas o mês de setembro, os desembolsos, de R$ 13,4 bilhões, foram 20,5% maiores que os valores liberados em igual mês do ano passado. Da mesma forma, as consultas, de R$ 33,1 bilhões, aumentaram 64,4%, e os enquadramentos, de R$ 31,6 bilhões, cresceram 109% na comparação mensal.
O setor industrial foi o que mais contribuiu para o desempenho do mês, com desembolsos crescentes em todos os segmentos apoiados pelo BNDES. As liberações do banco à indústria atingiram R$ 5 bilhões, com alta de 69,4% em relação a setembro de 2011.
Outras fases
Entre janeiro e setembro últimos, comparando-os com os mesmos meses do ano passado, houve expansão em todas as fases de operação do BNDES, com alta expressiva de 45% nas consultas (total acumulado de R$ 200 bilhões), 35% nos enquadramentos (R$ 182,8 bilhões) e 9% nas aprovações (R$ 129,9 bilhões).
As consultas são uma espécie de termômetro da disposição de investimentos do empresariado brasileiro.
O comportamento no acumulado dos primeiros nove meses do ano reflete o conjunto de medidas adotadas pelo governo para estimular o investimento, como a redução das taxas de juros do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (PSI) para a aquisição de máquinas, equipamentos, ônibus e caminhões.
A expectativa da direção do banco é que o ritmo de liberações se acelere nos próximos meses, já sob impacto da redução das taxas do PSI para 2,5% ao ano (até 31 de dezembro próximo).
As liberações do programa, no total de R$ 27 bilhões no período janeiro a setembro, representaram cerca de 29% dos desembolsos globais do BNDES no período.
Os resultados positivos no acumulado do ano reforçam o comportamento já observado em janeiro a agosto passado, quando os desembolsos do BNDES, de R$ 81,1 bilhões, cresceram 1% em relação ao mesmo período de 2011, invertendo a trajetória de queda observada no primeiro semestre do ano.
Também em janeiro a agosto último, houve expansão nas consultas (42%), nos enquadramentos (25%) e nas aprovações (14%).