Sair do aluguel é o sonho de muitos brasileiros. Aparece então o dilema entre o valor do financiamento e o preço do aluguel. O que vale a pena? Depende de cada caso. A Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor orienta o interessado em comprar um imóvel a fazer contas para saber se a troca pode ser feita com tranquilidade, sem comprometer o orçamento e sem se tornar uma dor de cabeça. “Não existe uma resposta pronta para todo o tipo de caso. Depende de um conjunto de fatores, como o valor do financiamento, o valor do imóvel, a renda familiar, o tempo de financiamento e a idade do participante mais velho deste financiamento”, explica a economista Verônica Dutt-Ross, da Proteste.
Tudo isto é importante para o cálculo da taxa de juros e de quanto será possível abater da dívida do financiamento a cada parcela paga. A economista explica que vai valer a pena trocar o aluguel pelo financiamento de um imóvel se o valor correspondente aos juros for menor do que o valor pago de aluguel, desconsiderando o que está sendo debitado da dívida (processo conhecido como amortização).
Por exemplo: uma pessoa de 30 anos que deseja comprar um imóvel usado de R$ 150 mil em Curitiba, e tem uma renda bruta de R$ 3 mil, deve dar uma entrada de R$ 31.833,83 e financiar o restante em 360 meses (30 anos). A primeira parcela será de R$ 897,90, sendo que R$ 328,24 representam amortização e R$ 541,29 significam juros. Vai valer a pena trocar o aluguel pelo financiamento se o que se paga com o aluguel for mais do que R$ 541,29. O valor que representa a amortização não deve ser levado em consideração neste cálculo.
“Se o valor referente ao juro é maior do que o aluguel, não compensa a troca. Se for menor, vale a pena porque é a construção de um patrimônio. O dinheiro do juro e do aluguel não retorna como investimento”, alerta Verônica. O ideal é economizar e investir o dinheiro para conseguir dar uma boa entrada e reduzir o valor a ser financiado.
Pesquise antes de comprar
A economista revela que o interessado em comprar um imóvel deve simular as condições para verificar qual é a melhor situação para ele antes de partir para a compra efetiva da casa própria. Bancos que financiam imóveis, como a Caixa, possuem em seus sites um simulador, no qual é possível inserir dados pessoais e sobre o imóvel pretendido. O programa simula o valor da parcela. “Quem está pensando em comprar, também pode ir a agência para negociar taxas de juros melhores. Normalmente, quanto mais relacionamento com o banco a pessoa tiver, maior a chance de uma taxa diferenciada”, ressalta Verônica.