O desaquecimento da atividade econômica teve reflexos no consumo de energia do ano passado, constatou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. Ao divulgar ontem dados relativos ao consumo de novembro (crescimento de 3,6%), a EPE informou ter rebaixado para 4,5% a estimativa para o crescimento de 2005. A revisão, segundo a empresa, foi motivada principalmente pela desaceleração da economia a partir do terceiro trimestre e seus impactos sobre o uso de energia nas indústrias.
De janeiro a novembro do ano passado, o consumo nacional de energia elétrica cresceu 4,6% sobre o mesmo período de 2004, atingindo 306.717 GWh. Em novembro, a alta foi de 3,6%, com destaque para o segmento comercial, que, estimulado pelo turismo, ampliou em 7,8% o seu consumo de eletricidade. As residências registraram aumento de 6,2% e as indústrias consumiram 1% menos. Essa retração, segundo a EPE, é reflexo direto do arrefecimento da atividade econômica. No acumulado do ano, o segmento industrial apresenta alta de 2,4% – um desempenho bem inferior ao consumo comercial e residencial, que tiveram expansões de 7,3% e 5,3%.
Entre as regiões, a liderança na expansão do consumo durante o mês de novembro esteve com o Centro-Oeste, a despeito dos efeitos da febre aftosa no setor da indústria frigorífica. Já no acumulado do ano, a liderança está com o Nordeste, cujo patamar subiu 5,4% nos onze meses de 2005. O resultado do Nordeste deveu-se, principalmente, ao aumento da demanda no comércio (8,7%) e nas residências (7,5%).