O volume negociado de contratos em aberto de derivativos no mercado de balcão cresceu 18% no primeiro semestre de 2011, atingindo um total de US$ 708 trilhões, informou o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), uma espécie de banco central dos bancos centrais, em relatório publicado hoje. Por outro lado, o valor bruto de mercado de todos os contratos de derivativos de balcão caiu 8%, no mesmo período. Já a exposição a crédito global dos investidores internacionais contraiu 15% nos seis primeiros meses deste ano para um total de US$ 3 trilhões.
Derivativos podem ser usados como um instrumento de “hedge”, ou proteção contra as oscilações de mercado dos ativos que dão lastro a esses derivativos, como ações de empresas, dólar ou mesmo taxa de juros, ou também podem ser usados numa estratégia agressiva de especulação pelos investidores na aposta da direção do preço de determinado ativo.
O volume negociado de derivativos nos primeiros seis meses deste ano refere-se a contratos futuros, opções, swaps (operações de troca de posições) e os cada vez mais populares contratos de Credit Default Swaps (CDS), que servem de seguro contra o possível calote de um emissor de títulos de dívida. O BIS coletou dados do mercado de balcão de 11 países, entre eles os Estados Unidos, o Japão, a Holanda, Alemanha, França, Itália e o Reino Unido. A partir do próximo mês, a Austrália e a Espanha passarão a contribuir com dados. A negociação de derivativos de balcão no Brasil ainda não faz parte dessa coleta do BIS.
O volume negociado de contratos em aberto de CDS cresceu 8% no primeiro semestre de 2011, embora o valor de mercado desses contratos tenha permanecido praticamente inalterado em US$ 1,3 trilhão. Entre os derivativos negociados no mercado de balcão, os contratos de taxa de juros, incluindo operações de swaps e opções, representam a maior fatia. Contudo, o volume dos derivativos de taxa de juros em balcão negociado no primeiro semestre deste ano caiu para US$ 13,2 trilhões ante US$ 14,7 trilhões no fim de 2010 e US$ 17,5 trilhões ao final do primeiro semestre do ano passado. Já os derivativos com base em contratos de câmbio somaram US$ 2,3 trilhões no final dos primeiros seis meses deste ano, com leve queda em relação ao final de 2010, quando o valor de mercado desses contratos somaram quase US$ 2,5 trilhões, informou o BIS.