Deputados da oposição marcaram território na segunda sessão da Comissão da reforma trabalhista e não esconderam a contrariedade com o projeto que dará mais espaço para a negociação entre patrão e empregado ao flexibilizar algumas regras. Entre os parlamentares presentes à sessão, representante do PSOL sugeriu referendo para que a população dê a última palavra sobre a reforma trabalhista e da Previdência.

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Durante a sessão, as críticas eram mais veementes que os elogios. Patrus Ananias (PT-MG) disse que a mudança da lei que dará prevalência ao acordado sobre o legislado é como “dar liberdade à raposa dentro do galinheiro”. “É uma liberdade que prejudicará o mais fraco. O Estado de direito deve, pela via legal, defender a parte economicamente mais fraca”, disse, ao citar que o trabalhador será prejudicado porque será levado a aceitar condições impostas porque “ele só tem a força de trabalho” a oferecer.

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O também petista Waldenor Pereira (BA) reclamou do tempo curto de debate para o tema, já que o relator da matéria, deputado Rogério Maranhão (PSDB-RN), disse que pretende apresentar o relatório em 4 de maio. “É um tempo exíguo para uma matéria dessa natureza. Deveria haver espaço maior para que a sociedade pudesse participar mais do debate”, disse, ao sugerir a realização de debates nos Estados para que haja participação de trabalhadores e empregadores.

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Outros deputados, como os gaúchos Assis Melo (PCdoB) e Jones Martins (PMDB) também defenderam a ideia de reuniões estaduais sobre o tema.

Por outro lado, Vitor Lippi (PSDB-SP) disse que “não é possível” que o Brasil não esteja preparado para debater a reforma. “O discurso razoável nos chama à responsabilidade para debater questões estruturais ou depois vamos ver consequências”, disse o parlamentar paulista. “Estou aqui para discutir o futuro”, disse, ao defender o texto defendido pelo governo.

Durante os debates, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) defendeu a realização de um referendo para que a sociedade dê a palavra final sobre o tema. “Por que não após alguns meses organizarmos um referendo para a reforma trabalhista e da Previdência? Os brasileiros precisam ser ouvidos”, disse. “Para que possamos ter necessariamente a posição da maioria dos trabalhadores.”