Deputado federal no terceiro mandato e concorrendo à reeleição, Alfredo Kaefer (PP-PR) foi escolhido no início do mês como relator da comissão especial destinada a analisar a medida provisória que institui o Rota 2030. Apesar de ter sido aprovado pela liderança do governo, Kaefer indica disposição em debater mudanças no texto que contrariam a visão da área econômica de Michel Temer.

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O parlamentar do Paraná não é conhecido na Câmara como representante de interesses do setor automobilístico, mas sim da área agrícola, na qual se consolidou como empresário.

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Ele era dono do Grupo Diplomata, grande produtor de frangos. Nos últimos anos, a empresa chegou a ter a falência decretada – e revertida recentemente na Justiça – e entrou em processo de recuperação judicial.

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A crise na empresa fez com que Kaefer deixasse de ser um dos parlamentares mais ricos entre os eleitos em 2014. Na ocasião, ele declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 108 milhões em bens. Nestas eleições declarou ter só R$ 1,3 milhão.

A explicação para a queda de 98% é que Kaefer enfrenta vários processos envolvendo seus negócios.

No início do ano, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ofereceu duas denúncias contra o parlamentar no Supremo Tribunal Federal (STF), uma delas por suposta prática de lavagem de dinheiro e financiamento de sua campanha à Câmara.

Ainda assim, ao menos cinco processos contra ele já foram retirados do STF e enviados para outras instâncias com base no foro privilegiado.

“Não tem lavagem de dinheiro, não tem nada. É uma acusação infundada”, defendeu-se o deputado à época. Ele está no PP, mas já passou pelo PSL e pelo PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.