Deputado critica fala de Mantega e Borges sobre BR-262

O deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) considera “uma brincadeira de mau gosto” as insinuações dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e dos Transportes, César Borges, de que a desistência geral dos investidores pelo leilão de concessão do trecho da BR-262, entre Espírito Santo e Minas Gerais, tenha motivação ou influência política.

“Como alguém tem uma dissociação tão grande entre os seus cálculos e a realidade e ainda tem coragem de fazer uma insinuação dessas?”, indagou nesta segunda-feira, 16, o deputado em conversa com o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Ele se referiu a declarações dadas pelos ministros Mantega e Borges ao jornal O Estado de S.Paulo na última sexta-feira, 13. Após a confirmação de que não houve interessados para a BR-262, os dois ministros avaliaram que pode ter havido algum problema de “ordem política”.

Coimbra esteve reunido com Borges e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, antes do prazo final para a entrega de propostas, e relatou ter escutado dos dois ministros que o trecho da BR-262, que seria licitado, era o “filé” dentre as concessões rodoviárias, tanto que 32 grupos de empresas tinham adquirido o edital. “Chegaram a nos dizer que esperavam um deságio entre 30% e 40% no leilão, mas o que se notou, ao não aparecer nenhum consórcio interessado, foi que o custo das obras foi subestimado pelo governo e que a demanda de automóveis foi superestimada no edital”, acrescentou.

O deputado negou veementemente que parlamentares do Estado tenham atuado para prejudicar a licitação. “A bancada não regula mercado, os investidores não se pautam nisso. Uma bancada que não teve atenção do governo não pode ser responsabilizada pela falta de interessados. Quem tem que explicar isso são os ministros”, disse. “Isso é o avesso do avesso do avesso. Considero essas insinuações uma brincadeira, porque alguém sério não pode fazer isso”, completou.

Para Coimbra, o importante agora é concluir a duplicação de 51 quilômetros da BR-262, cuja obra fazia parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Enquanto o governo não decide o que fazer, é importante dar seguimento a essa obra, pois são 51 quilômetros importantes para o Estado e se trata de um trecho cujas obras são as mais difíceis”, declarou.

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