Em função do aumento da demanda e da redução das taxas de juros, o Tesouro Nacional optou por ampliar a oferta de títulos públicos em setembro. O coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, disse que neste ano deve ser o maior volume de emissão. Já foram colocados no mercado cerca de R$ 40 bilhões e um novo leilão será realizado nesta quinta-feira, 26.
Em função do aumento da demanda e da redução das taxas de juros, o Tesouro Nacional optou por ampliar a oferta de títulos públicos em setembro. O coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, disse que neste ano deve ser o maior volume de emissão. Já foram colocados no mercado cerca de R$ 40 bilhões e um novo leilão será realizado nesta quinta-feira, 26.
“O Tesouro optou por vender mais em setembro, inclusive papéis mais curtos. Houve queda nas taxas e maior demanda, inclusive dos investidores estrangeiros”, explicou. Ele acredita que esta mudança no mercado se deve à decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de adiar o fim de sua política de estímulos monetários.
Garrido disse que também aumentou a procura por títulos de mais curto prazo pelos investidores nacionais. “O Tesouro tende a emitir risco menor quando o mercado está mais volátil e, quando há mais demanda, o Tesouro pode optar por acelerar as vendas”, disse.
O coordenador avaliou também que as emissões em agosto foram em nível “bastante satisfatório” e em linha com o emitido em junho e julho. “Apesar de o Tesouro não ter vendido mais títulos longos por causa da volatilidade, a demanda por investidores estrangeiros por nossos títulos continua forte”, afirmou. Ao vender papeis de prazos mais curtos, o impacto é menor no risco de mercado e adiciona menos volatilidade. Garrido afirmou ainda que as incertezas em relação ao orçamento nos EUA não estão impactando os preços no Brasil.
Bônus
Apesar do aumento da oferta de títulos em setembro, Garrido informou que o Tesouro avalia diariamente as condições do mercado para fazer uma nova emissão de bônus da dívida externa.
Ele disse que a decisão do Federal Reserve (Fed) de postergar a retirada dos estímulos à economia norte-americana mudou as condições de mercado, que estava com grande volatilidade, e abriu uma janela de oportunidade para os emissores de dívida. “A decisão do Fed fez com as taxas dos títulos americanos caíssem e também o spread da maior parte dos emissores. Então, temos visto vários emissores aproveitando essa janela”, afirmou.
Segundo Garrido, se o Tesouro identificar que o melhor momento é ainda este ano, deverá acessar o mercado externo. Questionado sobre a informação do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, de que uma nova emissão acontecerá ainda este ano, ele respondeu: “Se o secretário falou, está falado”.
O coordenador avaliou que a expectativa do mercado, diante das condições atuais do mercado, é de que uma nova emissão do Brasil será feita com taxa de retorno e spread mais altos do que os obtidos na última captação. Segundo Garrido, o spread é uma referência importante para a captação. Ele fez questão de contextualizar que o cenário atual é diferente do que havia antes. Garrido evitou comentar se o lote de oferta de títulos no leilão de amanhã será gordo, como o da semana passada. “Não tem como prever”, disse.