A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) informou, nesta sexta-feira, 24, que a demanda interna por resinas termoplásticas cresceu 9,2% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual intervalo de 2012. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a alta foi de 11%. As informações são da equipe de Economia e Estatística da entidade e são baseados nos dados de Consumo Aparente Nacional (CAN), calculados a partir da soma entre produção e importações, descontado o total de exportações no período.
O levantamento da Abiquim mostra que a forte recuperação da demanda não foi acompanhada pela indústria nacional. A produção de termoplásticos no período cresceu apenas 2,4% – o que evidencia a maior participação dos importados no mercado doméstico.
O principal destaque do trimestre foi o mercado de policloreto de vinila (PVC), com acréscimo de 19,3% na produção. A alta é explicada pelo início das operações de uma nova fábrica da Braskem em Alagoas, em meados de 2012. Além da Braskem, o mercado é atendido localmente pela Solvay Indupa, empresa que teve seu controle colocado à venda pela controladora Solvay.
A produção de polietilenos (PE) e polipropileno (PP), ambas as resinas fabricadas exclusivamente pela Braskem, apresentaram números mais discretos. A produção de polietilenos encolheu 3,9%, frente a um aumento de 7,8% na demanda. No caso do polipropileno, o consumo cresceu 8,9% e a produção, apenas 1,1%.
“Como a ociosidade é generalizada nos diferentes grupos acompanhados, no curto prazo, nós teríamos espaço para ampliar a produção, caso ela tivesse uma condição mais competitiva, podendo reduzir parte considerável do volume atual de importações”, destaca em nota a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira. A participação dos produtos importados no mercado de resinas termoplásticas alcançou 25% no início deste ano, número cinco vezes superior ao patamar registrado no início da década de 1990, destaca a Abiquim. Já a taxa de utilização da indústria brasileira tem oscilado ao redor de 80%.
Entre executivos do setor, é praticamente consenso que uma parte do forte aumento da demanda no início do ano é explicada pela necessidade de recomposição dos estoques na cadeia. “Para afirmar que a demanda está realmente positiva na ponta da cadeia, é preciso aguardar o resultado do 2º trimestre e comparar períodos maiores”, destacou o coordenador da comissão setorial de Resinas Termoplásticas da Abiquim e executivo da Braskem, Luciano Guidolin. O levantamento da Abiquim também revela uma expansão de 34,2% na produção nacional de PET no trimestre, em contraste a uma retração de 12,3% no mercado de poliestireno.