A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) está fazendo um alerta: vai faltar profissional no mercado nos próximos anos. A expectativa é que a demanda por engenheiros cresça por conta de vários fatores, entre eles os projetos das Olimpíadas 2016, a exploração do petróleo da camada do pré-sal e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Por enquanto, diz a FNE, não há problemas com relação a isso, mas é preciso precaução. “Temos feito palestras, distribuído materiais e alertado as autoridades em relação à falta de profissionais no futuro. Dos pouco mais de 100 mil alunos que entram nos cursos de engenharia todos os anos no Brasil, apenas 30 mil se formam. Com toda a demanda do futuro, esses alunos que deixaram a faculdade poderão pensar em voltar e aqueles que deixaram a profissão também podem voltar a atuar”, comenta o presidente da FNE, Murilo Pinheiro.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA-PR), Álvaro Cabrini, também acredita que o problema pode ocorrer no Paraná, mas não em todas as engenharias.
Ele acredita que as engenharias cartográfica, mecânica e química, por exemplo, são as que mais oferecem oportunidades de trabalho hoje. Já a engenharia civil e a elétrica não sofrem tanto com a falta de profissionais.
“E acredito que esse quadro não vá mudar tanto em poucos anos, pois as perspectivas de crescimento no país são de 50 anos. Com o crescimento não faltará trabalho para engenheiros civis e elétricos”, comenta.
A civil, inclusive, até seria uma profissão para o futuro, segundo Cabrini. “Teremos muitos desafios com transporte e saneamento para o futuro”, diz ele. Para Cabrini, o impasse está em outro assunto: o salário.
“Na minha opinião há mercado para os engenheiros, o que falta é a valorização. Muitos empregadores não oferecem o salário que o engenheiro deveria ganhar, e aí o profissional não aceita”, explica.
Preocupada, a FNE lançará um vídeo, que será veiculado no ano que vem, destinado aos estudantes do Ensino Médio, que elucida a profissão de engenharia. A ideia é estimular os estudantes a optarem pelo curso, que tem um leque enorme de opções e especializações.
“Precisamos fazer com que os jovens enxerguem a engenharia como a profissão do momento e do futuro. O desenvolvimento contínuo do país tem que servir de estímulo para o ingresso na carreira de engenharia”, destaca Pinheiro.
Quem quer ser engenheiro tem que gostar de física, matemática e química. Porém, segundo a FNE, só isso não basta. É preciso ter habilidade com os números, gostar de fazer pesquisa, ter muita concentração e criatividade.