A redução da demanda interna e a entrada de produtos importados explicam o recuo de 1,6% na produção industrial em junho, na comparação com maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, a diminuição da demanda interna é explicada pelas medidas macroprudenciais tomadas pelo governo para conter o consumo.
“Entre os fatores que configuram o cenário de recuo da produção industrial, você tem uma diminuição da demanda interna, e aí tem o impacto da redução do prazo do crédito e das maiores dificuldades para o financiamento. Mas há também a maior penetração de produtos importados, que acabam substituindo a produção local e aumentando o estoque de alguns setores”, explicou Macedo.
O pesquisador apontou o setor de refino como a principal perda na produção no mês de junho, com recuo de 8,9% ante maio. “É a principal perda quando se observa algumas atividades afetadas. O refino foi afetado pela paralisação de algumas plantas industriais”, disse.
Estoques
Os setores siderúrgico e de fabricação de automóveis estão com estoques acima do normal, influenciando o recuo da produção em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda na produção de veículos automotores foi de 1,4% em junho ante maio, enquanto a atividade de metalurgia básica recuou 2,1% e a de produtos de metal caiu 10,9%.
“Veículos automotores e metalurgia básica mostraram um nível de estoque acima do usual. Isso tem a ver com essa menor demanda interna pelos produtos”, disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.