O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse nesta terça-feira (25) que a demanda dos consumidores brasileiros é compatível com a meta de inflação (estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional em 4,5%) e com o nível dos juros (a taxa básica está atualmente em 11,25% ao ano).
Barbosa explicou que a expansão do crédito tem sido um dos sustentáculos do crescimento econômico brasileiro e que o aumento do consumo (8,6% no quarto trimestre de 2007 ante o mesmo período de 2006), ainda que tenha sido maior que a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) no período (6,2%), não preocupa o governo.
"A demanda doméstica cresce, mas eventualmente ela deve se estabilizar. É natural. A própria valorização do câmbio e o fim da CPMF têm impactos expansionistas e estamos vendo os impactos disso", disse ele, após participar do Seminário "Estratégias de Política Macroeconômica", realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na capital paulista.
"Inicialmente o impacto é mais forte, e eventualmente ele desacelera. Tanto é assim que a previsão de crescimento (do PIB) do mercado para este ano continua em 4,5%. Nós trabalhamos com algo entre 4,5% a 5%, o que é perfeitamente sustentável do ponto de vista da oferta e compatível com a meta de inflação e o nível dos juros", acrescentou.