O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Jurhosa Júnior, afirmou há pouco que, embora apenas projetos eólicos tenham sido contratados no leilão de energia nova A-3 realizado nesta segunda-feira, o certame foi suficiente para que a demanda das distribuidoras fosse “toda atendida”. Participam da coletiva de imprensa realizada após o leilão representantes da Aneel, do Ministério de Minas e Energia (MME) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, o deságio de apenas 1,25% registrado no leilão é explicado porque, na visão dele, o preço de referência (R$ 126 por MWh) estabelecido previamente estava em um patamar “justo”.
Tolmasquim também acredita que o leilão de hoje confirma que o momento é dos projetos eólicos. “Esse é o momento dos ventos, mas o momento do sol chegará e não tenho dúvidas de que essa fonte entrará em nossa matriz”, disse o presidente da EPE, após lembrar o histórico de queda de preços da energia eólica no Brasil.
Com base no resultado do leilão de hoje e do leilão de reserva realizado em agosto passado, já foram garantidos projetos equivalentes a uma potência de 2,4 mil MW. “Tudo está se desenhando para este ser o ano da eólica. O recorde, de 2011, foi de 2,8 mil MW”, comparou Tolmasquim. “Como ainda temos leilão A-5 no final do ano, tem tudo para que quebre o recorde de contratação de eólica”, complementou o representante da EPE. O leilão A-3 de hoje contratou 39 projetos, que demandaram investimentos totais de R$ 3,37 bilhões
Com o grande número de projetos eólicos contratados neste ano, os fornecedores de equipamentos para esses complexos devem operar próximo ao limite de capacidade, analisa Tolmasquim. “Há indústria analisando trabalhar com terceiro turno. É essa demanda que a indústria está pedindo para poder entrar no Brasil”, disse.
Outra revelação feita por Tolmasquim é a possibilidade de empresas que operam parques eólicos cogitarem a instalação de projetos solares no mesmo polo. Essa alternativa deve aumentar a competitividade dos projetos solares, já que a empresa teria custos menores decorrentes do arrendamento da área, da disponibilidade de linhas de transmissão e estradas no local, entre outros fatores.
Para 2014
Após concentrar um grande número de leilões no final deste ano, o governo planeja antecipar os certames para a primeira metade de 2014, informou hoje o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. Os leilões de energia A-3 e A-5 de 2014 devem acontecer até junho. O mesmo ocorrerá com o leilão de reserva, caso o mesmo venha a ser realizado.
O diretor da Aneel, Ivo Nazareno, complementou que outros leilões, estes de transmissão, também devem ocorrer na primeira metade do ano. O leilão do chamado linhão de Belo Monte ocorrerá em fevereiro, conforme revelado pela agência reguladora na semana passada. Outros dois leilões estão previstos, um para o primeiro e o outro para o segundo trimestres de 2014.