A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirmou hoje que a demanda pela matéria-prima (commodity) em países desenvolvidos deverá cair continuamente até 2030, depois de ter atingido o pico em 2005. Porém, segundo o cartel, mercados emergentes – particularmente a China – vão compensar o declínio da demanda.
A organização também afirmou que acredita que as recentes leis de incentivo à energia limpa nos Estados Unidos e na Europa terão um impacto maior do que o previsto anteriormente. A legislação deverá aumentar o uso de veículos eficientes no consumo de combustível e de alternativas ao petróleo para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.
Somando esses fatores, a Opep cortou suas estimativas para demanda global por petróleo em 5,7 milhões de barris diários para 2013 e em 7,7 milhões de barris diários para 2030. Para a entidade, o consumo de petróleo bruto ainda deverá aumentar em 20 milhões de barris diários até 2030 e o petróleo deverá permanecer como a principal fonte de energia.
No entanto, o consumo de energia de biocombustíveis, carvão e nuclear vai aumentar mais rapidamente que o de petróleo, cuja participação no mercado de energia vai diminuir para 31% das necessidades globais, dos atuais 36%. A Opep também alertou que, com base nas tendências atuais, “o carvão pode se tornar o combustível dominante até meados do século”.
Os dados têm um lado positivo para a Opep. A organização espera que sua participação na oferta total de petróleo bruto aumente de 36% em 2008 para 39% em 2030. A maior parte das outras estimativas, porém, coloca essa porcentagem em um nível bem mais alto.
Investimentos
A Opep fez ainda um novo alerta de que o apetite de seus países membros para explorar petróleo está diminuindo. O cartel cortou sua projeção para gastos com campos de petróleo nos próximos cinco anos em cerca de um terço, já que a recessão e o aumento da eficiência no consumo de energia levaram a uma forte queda nas estimativas para demanda.
Em fevereiro, a Opep já havia afirmado que seus países membros paralisaram ou cancelaram 35 projetos de longo prazo. Em seu relatório anual divulgado hoje, a organização informou que “os investimentos em exploração e produção estimados pela Opep para o período de 2009 a 2013 caíram de US$ 165 bilhões para algo entre de US$ 110 bilhões e US$ 120 bilhões”. As informações são da Dow Jones.