A procura das empresas por crédito diminuiu 4,4% em 2009 ante 2008, segundo o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito, divulgado hoje.

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Os efeitos da crise econômica mundial sobre o crédito às corporações centralizaram-se, principalmente, nos primeiros seis meses de 2009, quando a busca baixou 6,7% em referência ao primeiro semestre de 2008, de acordo com a Serasa Experian.

Contudo, apesar da reabilitação da economia do Brasil, a procura das empresas por empréstimos terminou o segundo semestre de 2009 com queda de 2,1% ante a mesma época de 2008. O índice averigua, mês a mês, o número de empresas que procuraram realizar alguma relação creditícia, seja com estabelecimentos financeiros (financiamentos) ou não-financeiros (crédito mercantil).

Em comparação com novembro de 2009, a demanda das empresas retrocedeu 6,7% em dezembro do ano passado, sobretudo por causa de aspectos sazonais. Já na confrontação de dezembro de 2009 com o mesmo mês de 2008, houve ascensão de 5% na busca, a segunda subida anual seguida, revelando que o curso de regularização do crédito às empresas começou de modo tardio, diversamente do que aconteceu com o crédito às pessoas físicas, que assinalava crescimentos anuais desde o início do segundo semestre de 2009.

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O maior declínio na demanda das empresas por crédito em 2009 deu-se na indústria (-5,4% ante 2008). A maior exposição deste setor ao mercado internacional foi decisiva nesta conduta mais adversa, conforme a Serasa Experian.

Já comércio e serviços, menos expostos ao movimento externo, assinalaram reduções menos fortes nas buscas por crédito. Estes dois segmentos caíram 4,6% e 4,2%, respectivamente, em 2009 ante 2008.

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As Regiões Sul e Centro-Oeste, onde o agronegócio se sobressai na atividade econômica, tiveram as maiores quedas na procura das empresas por crédito. O declínio na Região Sul foi de 6,9% em 2009 e, no Centro-Oeste, de 4,8%.

Na Região Sudeste, a mais industrializada do País, a queda da demanda das empresas em 2009 foi de 4,8%. Já as Regiões Norte e Nordeste tiveram em 2009 as menores quedas: -0,7% e – 1,5%, respectivamente.

Na categorização por tamanho, só as grandes empresas tiveram aumento na procura por crédito em 2009 (5,2%). Tanto as médias quanto as micros e pequenas empresas recuaram: -4,8% e -4,5%, respectivamente.

O fechamento dos mercados de capitais e externo às captações, sobretudo durante o primeiro semestre de 2009, fez com que as grandes empresas recorressem ao mercado bancário doméstico como principal fonte de financiamento, seja para capital de giro quanto para investimento, segundo a Serasa Experian.