O ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto afirmou nesta terça-feira, 24, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) de manter o rating do Brasil foi, na verdade, “um voto de confiança no governo para que ele possa produzir o seu ajuste”. “A S&P deu um aval para que o governo prove que será capaz de fazer o ajuste”, disse.
Questionado sobre as declarações da diretora-gerente de ratings soberanos da S&P, Lisa Schineller, de que o escândalo de corrupção na Petrobras afeta o dia a dia do Congresso e a agenda do governo, já pressionando o crescimento do País, Delfim afirmou que “a Petrobras é um problema e os títulos soberanos são outro”.
Delfim participou de um evento da Academia Nacional de Agricultura, na capital paulista. Durante discurso, o ex-ministro rechaçou a tese de impeachment da presidente Dilma Rousseff e afirmou que “a salvação do Brasil é continuar respeitando a Constituição”.
Segundo Delfim, a presidente já deu uma guinada de 180 graus, mas não se pode imaginar “que ela vai jogar milho no chão, ajoelhar e pedir perdão”. “Ela já teve um ataque de lucidez e temos de aproveitar”, afirmou sobre a escolha de nomes que considera adequados para os ministérios da Fazenda, Planejamento e Agricultura.
O ex-ministro disse ainda que o setor produtivo tem de apoiar o ajuste fiscal, pois ele é fundamental. “Sem o ajuste não voltaremos ao crescimento”, afirmou. “Vale a pena apoiar o governo a resolver o ajuste. Não adianta ficar insistindo em uma autoconfissão ajoelhada (da Dilma). Até porque a bicha é uma guerreira.”