A quarta ocorrência de uma deflação no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em agosto é uma possibilidade, afirmou nesta quinta-feira, 7, o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Mesmo com recuos intensos em produtos importantes como a soja e o trigo, ele acredita numa aceleração do índice, mas ainda insuficiente para fazê-lo retornar ao terreno positivo.

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“É pouco provável que suba sem que haja um choque, e isso não está no radar. Uma quarta ocorrência de deflação no IGP-DI de agosto, a essa altura do campeonato, é cedo para descartar. É uma possibilidade”, afirmou. Em maio, o índice caiu 0,45%, enquanto em junho o recuo foi de 0,63%, e em julho houve redução de 0,55%.

O que é dado como certo por Quadros é que o IGP-10 e o IGP-M, os próximos índices gerais de preços a serem divulgados nesta ordem, permanecerão negativos. “É cedo para que eles mostrem taxa positiva”, observou. Apesar disso, o superintendente ressaltou que a trajetória, daqui para frente, será de quedas cada vez menos intensas, até atingir a estabilidade.

Em 12 meses, as chances de que os IGPs fiquem abaixo de 5% aumentam. Até julho, o IGP-DI acumula avanço de 5,05% nesta comparação. “No segundo semestre do ano passado, tivemos taxas muito fortes, então há espaço. A chance de fechar abaixo de 5% é substancial”, disse Quadros.

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Os IGPs iniciaram o processo de desaceleração em maio, após o forte choque provocado pela estiagem entre março e abril. Os ajustes tiveram ainda o câmbio como aliado. No período, a valorização do real contribuiu para dar alívio aos preços. Nos meses seguintes, as deflações receberam novo fôlego, diante dos relatórios sobre a supersafra de grãos nos Estados Unidos, que derrubaram os preços de commodities, entre elas a soja. Agora, segundo Quadros, a expectativa é de estabilização na maioria dos preços, ainda que em ritmo mais lento que o esperado.