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Déficit primário de 2,62% do PIB em 12 meses é o maior desde setembro de 2016

As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 167,198 bilhões em 12 meses até junho, o equivalente a 2,62% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira, 30. Este porcentual é o maior desde setembro de 2016 (3,04%).

O BC leva em conta, em suas projeções, as previsões do governo para a área fiscal contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de déficit de R$ 143,1 bilhões para 2017. Essa projeção considera um rombo de R$ 139,0 bilhões para o Governo Central em 2017.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em junho pode ser atribuído ao rombo de R$ 180,247 bilhões do Governo Central (2,82% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram superávit de R$ 12,363 bilhões (0,19% do PIB) em 12 meses até junho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 11,260 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,102 bilhão.

As empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras,registraram resultado positivo de R$ 686 milhões no período.

Déficit nominal

O setor público consolidado registrou déficit nominal de R$ 51,063 bilhões em junho. Em maio, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 66,989 bilhões e, em junho de 2016, negativo em R$ 32,174 bilhões.

No mês passado, o Governo Central registrou déficit nominal de R$ 48,075 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 2,717 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 272 milhões.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit nominal no primeiro semestre de 2017 foi de 7,60%, uma soma de R$ 241,767 bilhões. Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 9,50% do PIB, com saldo negativo de R$ 607,495 bilhões.

Gasto com juros

O setor público consolidado teve gasto de R$ 31,511 bilhões com juros em junho, após esta despesa ter atingido R$ 36,252 bilhões em maio, informou o Banco Central.

O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 28,138 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 2,956 bilhões e as empresas estatais, de R$ 417 milhões.

No ano, o gasto com juros subiu de R$ 175,073 bilhões até maio para R$ 206,584 bilhões até junho (6,49% do PIB). Em 12 meses, as despesas com juros subiram de R$ 430,898 bilhões para R$ 440,297 bilhões até junho (6,89% do PIB).

Dívida Líquida

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 48,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em junho, ante 48,1% em maio. Em dezembro de 2016, estava em 46,2% do PIB. A dívida do Governo Central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,113 trilhões. O Banco Central previa que a relação da DLSP com o PIB chegaria a 48,5% em junho.

Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,675 trilhões, o que representou 73,1% do PIB. É o maior porcentual da série iniciada em dezembro de 2006. Em maio, essa relação estava em 72,54% e a previsão do BC para o resultado do mês passado era de uma taxa de 73,1%. No melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.

A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.

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