O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, informou hoje que o déficit nominal (receitas menos despesas, incluindo gastos com juros) de 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado em 12 meses terminados em julho é o menor da série histórica do BC.
Ele destaca que isso aconteceu mesmo em um mês em que o déficit nominal do setor público (União, Estados, municípios e empresas estatais) foi mais elevado (R$ 6,184 bilhões) por causa da apreciação cambial de 2,5%, que elevou a carga de juros, já que o governo, como é credor em câmbio, perde quando há valorização do real.
"Caminhamos para resultados nominais comportados e bastante baixos", disse Altamir, que projeta um déficit nominal de 2,3% do PIB no final do ano. Essa projeção considera o câmbio a R$ 1 90 no fim do ano, o cumprimento da meta de superávit primário de 3,8% do PIB e um crescimento da economia de 4,7%.
Dívida/PIB
Altamir informou também que a projeção para a relação dívida/PIB neste mês de agosto é de uma queda para 44% ante os 44,4% da posição de julho. O motivo desse recuo significativo, segundo ele, é a depreciação cambial. Na projeção para o mês, Altamir está levando em consideração o dólar a R$ 1,95 no fechamento deste mês.
Para o ano, o chefe do Depec manteve a projeção de que a dívida ficará em 44,5% do PIB. Nessa estimativa, Altamir leva em conta o câmbio a R$ 1,90 e um crescimento de 4,7% no PIB e superávit primário (resultado da diferença entre receitas e despesas, sem contabilizar os gastos com os juros da dívida pública) de 3,8%.