Déficit não preocupa xerife dos fundos de pensão

Xerife dos fundos de pensão, José Maria Rabelo, à frente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), diz não estar preocupado com o déficit recorde de R$ 22 bilhões registrados em 2013 pelos planos de previdência privada. Ele é um dos alvos da pressão do segmento para que o governo estenda a folga para os planos com saldo em vermelho neste ano, como o jornal O Estado de S. Paulo revelou no domingo, 11, dada a falta de perspectivas de melhora da economia.

Rabelo, porém, afirma que ainda é cedo para dizer que o setor precisará do mesmo benefício neste ano, que amplia o limite do déficit de 10% para 15% dos ativos no ano-calendário. Se for necessário, porém, ele considera que a medida não seria alarmante: “Não teria problema algum. Não vamos transformar isso em um ‘big deal’.”

Rabelo acredita que o déficit recorde de 2013 será equacionado ao longo dos próximos anos e faz questão de relativizar o resultado negativo – inferior a 4% do total de ativos de todos os fundos de pensão (R$ 680 bilhões). Em defesa dos gestores dessa bilionária carteira, o diretor-superintendente diz que a rentabilidade dos fundos de pensão nos últimos dez anos supera o resultado da Bolsa, os índices inflacionários, a variação da Selic e a própria meta atuarial que devem seguir (rentabilidade mínima que os fundos devem alcançar para garantir que seus beneficiários recebam suas aposentadorias, corrigidas pela inflação).

Para ele, houve um conjunto de fatores que favoreceu o aumento do déficit. O ciclo de alto da Selic diminuiu os valores da parte da carteira aplicada em renda fixa, que representa metade dos investimentos dos fundos de pensão – só em papéis públicos os fundos de pensão coloca 30% dos ativos. A queda do Ibovespa também impactou a rentabilidade dos fundos, uma vez que esse tipo de investimento responde, em média, por um terço das aplicações. Ao mesmo tempo, aumentaram o passivo a decisão do governo de diminuir o “desconto” permitido em relação à meta atuarial (de 6% para 5,75%) e a aderência dos planos à expectativa de vida dos participantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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