O Brasil importou US$ 34,2 bilhões em produtos químicos em 2016, com mais de 37,5 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Na comparação com os resultados de 2015, foi registrada uma diminuição de 10,7% no valor das importações. Os volumes de compras externas foram, entretanto, 11,6% superiores.

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Já as exportações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 12,2 bilhões, em 2016, queda de 5,3% na comparação com o ano anterior. A Abiquim atribuiu o resultado à forte queda de 10,2% dos preços médios (em dólares). “As resinas termoplásticas, com exportações de US$ 2,2 bilhões, foram os produtos químicos mais exportados no ano passado, não obstante redução de 14,5% no preço médio exportado por esse grupo de produtos na comparação com 2015”, diz a associação, em nota.

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O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 22,0 bilhões em 2016, menor valor registrado desde 2010 (US$ 20,6 bilhões).

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Na avaliação da diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, a conjugação do aumento de quantidades importadas com a queda de preços no mercado externo de produtos químicos representa um desafio marcante na agenda setorial.

“Em tese, o momento econômico delicado e o cenário cambial deveriam ter diminuído a intenção de se importar. Contudo, os resultados de 2016 mostram um aumento de 11,6% em volumes importados em contraste com uma redução de 19,9% no preço médio. Nesse contexto, defesa comercial e eliminação de práticas irregulares são elementos ainda mais cruciais para a manutenção de produções instaladas no País”, afirma Denise, em nota.

O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, acredita que somente a efetivação de novos investimentos produtivos de relevância poderão reverter o déficit em produtos químicos. “Como a Abiquim tem reiteradamente enfatizado, é absolutamente imprescindível que o governo estabeleça um conjunto de medidas de política industrial, de facilitação de negócios e de desburocratização administrativa visando à atração de novas produções, diminuindo o déficit em produtos químicos”, diz Figueiredo.