O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, observou que o déficit em conta corrente de maio (US$ 6,635 bilhões) e o acumulado do ano até o quinto mês de 2014 (US$ 40,074 bi) são recordes. Ele destacou, durante a divulgação dos dados do setor externo, que o aluguel de equipamentos cresceu 22% em relação a maio de 2013, movimento que puxou déficit na conta de serviços. Aluguel de equipamentos passou de US$ 1,429 bilhão em maio do ano passado para US$ 1,739 bilhão em maio deste ano.
“Viagens internacionais também contribuem para crescimento do déficit da conta de serviços. A parte de conta de rendas e a balança comercial, no entanto, no comparativo entre maio com maio do ano passado, mostra relativa estabilidade”, explicou Maciel.
Para a balança comercial, na comparação entre o acumulado de janeiro a maio de 2014 e igual período de 2013, o déficit passou de US$ 5,381 bilhões para US$ 4,854 bilhões. Segundo Maciel, os dados parciais de junho da balança comercial mostram resultado melhor, mas a conta de serviço pressiona o déficit nas contas externas.
Ele observou, no entanto, que o déficit em conta corrente em 12 meses em relação ao PIB está estável desde agosto e que a perspectiva é que continue estável até final do ano. “As condições de financiamento do País seguem favorável”, disse.
O economista destacou os dados de Investimento Estrangeiro Direto (IED), afirmando que o IED superou as expectativas em maio, e observou que o resultado foi recorde para o mês. Em 12 meses, o IED, até maio, é o maior desde novembro de 2012.
Ele também afirmou que a previsão do BC para o déficit em conta corrente em junho é de US$ 4,3 bilhões. A previsão de IED para junho é de US$ 3,6 bilhão. Maciel explicou ainda que até 18 de junho já ingressaram US$ 2,3 bilhões de IED e que os gastos com viagens seguem negativos em US$ 739 milhões também até o dia 18.