O diretor-geral substituto da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando José de Pádua Fonseca, afirmou que o déficit na capacidade dos portos brasileiros mostra o potencial de atratividade de investimentos no setor. A declaração foi dada durante o evento promovido pela revista Carta Capital em São Paulo.

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Segundo ele, atualmente o Brasil tem capacidade de 886,7 milhões de toneladas para granéis sólidos, sendo que o déficit estimado até 2042, quando vencem boa parte das atuais concessões portuárias, é de 325,4 milhões de toneladas. Para granéis líquidos, a capacidade atual é de 291,4 milhões de toneladas, e o déficit estimado de 57,5 milhões de toneladas. “Isso vai demandar investimentos do setor privado”, comentou.

No mesmo evento, Luiz Fayet, consultor de infraestrutura e logística da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), comentou que até 2020 o Brasil deve se tornar o maior exportador mundial do agronegócio. “Temos de construir uma estrutura para atender essa nova realidade”, apontou. Segundo ele, do estoque global de terras que podem ser utilizadas para o agronegócio e ainda não estão incorporadas ao sistema produtor, 20% está no Brasil. Entretanto, atualmente o custo local da produção até o embarque é quatro vezes maior do que o dos EUA e da Argentina, por exemplo.

Já o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, Vilson João Schuber, apontou que o Estado e o Brasil, de forma geral, sofreu durante décadas com a ociosidade dos espaços portuários, que devem ser leiloados pelo governo federal agora em março. “Nos últimos dois anos eu presenciei a transformação que está ocorrendo na região, com o terminal de transbordo de Miritituba. Agora existe a necessária segurança jurídica para investimentos”, explicou.

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