A indústria química brasileira, um dos setores mais dependentes de importações do País, encerrou 2009 com saldo negativo na balança comercial. De acordo com dados divulgados hoje pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o déficit do setor alcançou US$ 15,7 bilhões no ano passado, uma retração de 32,3% sobre o ano anterior. O resultado, explica a entidade, “reflete, principalmente, os efeitos da crise financeira mundial sobre a demanda e preços dos produtos químicos no mercado internacional”.
As importações no período somaram US$ 26,1 bilhões, retração de 25,5% em igual comparação. As compras em volume caíram 21,5% em igual comparação, para 21,9 milhões de toneladas. As compras externas de intermediários para fertilizantes, principal item da pauta de importações, encolheram 57,8% no período, para US$ 3,9 bilhões. O volume internalizado no segmento somou 11,2 milhões de toneladas, queda de 28,6% sobre 2008.
As exportações também apresentaram retração, mas em patamares mais discretos do que as importações. As vendas externas no período somaram US$ 10,4 bilhões, queda de 12,2% sobre 2008. O volume de negócios, no entanto, cresceu 15%, para 11,9 milhões de toneladas.
A comercialização de resinas termoplásticas, principal referência na pauta exportadora, alcançou US$ 1,7 bilhão, alta de 12,8% sobre o ano anterior. As vendas, em volume, cresceram 73,4% em igual comparação, para 1,5 milhão de toneladas, volume semelhante ao total importado ao longo de 2008.
Os números divulgados hoje pela Abiquim ficaram abaixo das projeções divulgadas pela entidade no início de dezembro passado. Na oportunidade, a associação projetou que o déficit da indústria química encerraria 2009 em US$ 18 bilhões, com importações de US$ 30 bilhões e exportações de US$ 12 bilhões.
A receita da indústria química brasileira com exportações apresentou o pior nível desde 2006, quando as vendas alcançaram US$ 8,9 bilhões. Já as importações, apesar da queda em relação a 2008, representaram o segundo maior patamar da história, o mesmo ocorrendo com o déficit comercial.