O déficit acumulado nos quatro primeiros meses de 2007 pelo setor de produtos elétricos e eletrônicos já atinge US$ 4,07 bilhões, resultado 27% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, que era de US$ 3,19 bilhões. Segundo divulgou nesta terça-feira (12) a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), no primeiro quadrimestre, as exportações atingiram US$ 2,838 bilhões e as importações, US$ 6,905 bilhões.
A redução das exportações, diz a Abinee, foi causada pela retração expressiva das vendas dos telefones celulares. No período de janeiro a abril deste ano, as vendas externas desses aparelhos caíram 21%, em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior. Apenas no mês de abril, a redução foi de 42%. Além dos aparelhos de celular, as exportações das áreas de material elétrico de instalação (-3,9%), informática (-19,1%) e utilidades domésticas (-1,6%), também registraram queda, comparadas com igual período do ano passado.
Por outro lado, em abril de 2007, cresceram as exportações das áreas de automação industrial (+26%), equipamentos industriais (+43%), componentes (+21%) e GTD – geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (+30%) -, na comparação com abril de 2006.
"Apesar da significativa perda de competitividade da indústria eletroeletrônica do País, em decorrência da valorização cambial, o crescimento do mercado mundial tem permitido que algumas empresas mantenham suas exportações", afirma a Abinee.
As importações apenas no mês de abril somaram US$ 1,8 bilhão, 13 5% acima do apontado em igual mês de 2006 (US$ 1,6 bilhão). Já no acumulado do ano, atinge US$ 6,9 bilhões, que representa um crescimento de 13,3%, em relação ao idêntico período de 2006. "As compras externas de todos os meses deste início de ano foram superiores às realizadas em iguais meses do ano passado.
De acordo com a Abinee, no primeiro quadrimestre deste ano, observa-se que, enquanto as compras externas de componentes estão estáveis, as de produtos finais apresentam expressivos crescimentos, que variam de 10% para GTD a 78% para bens de Informática.
Para a entidade, de forma geral, as indústrias do setor eletroeletrônico estão se voltando para o mercado interno. "Os setores com maiores dificuldades com a valorização da moeda brasileira são justamente os de bens eletrônicos de menor agregação de valor local.
As exportações dos segmentos da área elétrica, apesar das dificuldades, estão sendo suportadas pelo crescimento do mercado mundial, porém com perda de rentabilidade. "Neste caso, a produção local tem mantido ou aumentado a participação no mercado interno, enquanto que as exportações perdem espaço nos negócios das empresas", afirmou a entidade.
