Está previsto em lei que empresas devem contratar pessoas portadoras de deficiência. Mesmo tendo completado 18 anos no último dia 24 de julho, empresas ainda encontram dificuldades para o cumprimento desta legislação. Por outro lado, os deficientes também esbarram em inúmeros problemas para serem inseridos na sociedade e no mercado de trabalho.

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Segundo a vendedora Cleide de Souza, “hoje, no mercado de deficientes, as empresas estão admitindo e há muito mais empregos do que mão de obra qualificada, já que existe essa dificuldade de se adequar o deficiente aos cargos vagos.” As áreas com mais vagas para deficientes são Administrativa, Operacional e Comercial e Vendas.

Para Rodrigo Rosso, diretor da Reatech, Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, que aconteceu, em São Paulo, no início de abril, a falta de qualificação de muitos deficientes não é o único empecilho, pois este detalhe está sendo suprido pela capacitação fornecida por ONGs, governos e pelos próprios empresários.

“Existe muita dificuldade, mas isso é cada vez menor, já que empresas estão conseguindo alcançar seu número de funcionários para atingir a lei de cotas. Outras ainda não, porque o número é muito grande e esbarram em algumas dificuldades tanto na legislação quanto na capacitação de pessoas com deficiência. No entanto, empresas e o governo estão oferecendo essa capacitação, que acabou se tornando secundária, pois a escassez desses profissionais esbarra na própria legislação. Muitos deficientes recebem benefícios do governo. A partir do momento que ele volta ao mercado de trabalho, ele perde o direito. E, em vários casos, o benefício é maior que o salário”, explica.

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Para a Associação Desportiva para Deficientes (ADD), ONG que promove o desenvolvimento de pessoas com deficiência, a dificuldade das empresas contratarem é real.

“A quantidade de vagas abertas é muito maior que o número de profissionais capacitados. Por isso, nossa ONG também passou a qualificar profissionalmente essas pessoas. Ele precisa recuperar sua auto-estima. Ele precisa ter vontade de sair de casa, querer fazer um curso e vencer as barreiras que as cidades lhes impõem”, ressalta Sileno Santos, coordenador de esportes da ADD.

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Aos poucos, esta realidade está mudando e muitos deficientes já encontram seu lugar no mercado de trabalho. “Uma vez me candidatei a uma vaga numa multinacional. Passei em todos os testes. Quando fui participar da última etapa com uma psicóloga da empresa, ela me disse que eu não havia sido aprovada. Ela foi categórica e transparente dizendo que era porque eu não andava direito. Fui para casa e chorei. Felizmente, o mundo ficou mais aberto e aprendeu a não nos discriminar tanto. Sei que por tudo que já vivi, com meus 48 anos, estou ajudando a deixar um mundo melhor para os próximos. Hoje, sou mãe, tenho filho e emprego. Tenho certeza que tudo valeu a pena e que há um mundo melhor”, afirma a vendedora Cleide Souza.

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