A criação de um fundo permanente para defesa sanitária, com recursos públicos e privados, foi proposta ontem por empresários do agronegócio ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O ministro recebeu a idéia com entusiasmo e afirmou que a defesa sanitária ?implica riscos para a competitividade brasileira e, com recursos privados, temos a chance de avançar?. Ele acrescentou que ?a parceria público-privada é essencial?.
Outra questão que preocupa o agronegócio, segundo Rodrigues, é a revisão do Código Florestal Brasileiro, em discussão no Congresso Nacional, em especial, os novos índices de reserva legal (percentual da propriedade que deve ser mantida como floresta) e áreas de preservação permanente (toda vegetação existente em encostas de morros e margens de rios). O ministro revelou que os produtores traçaram um plano de ação e resumiu: ?A área privada vai se aproximar do Congresso e do governo de maneira mais ampla para colocar sua posição, tendo em vista a defesa da sustentabilidade da produção agrícola, com garantia do crescimento econômico do setor?.
Roberto Rodrigues enfatizou que o câmbio agrava o quadro de crise na agricultura, ?inédita em proporção e profundidade?, devido ao aumento no custo dos insumos, comprados no ano passado com o dólar a R$ 3, à oferta mundial recorde de algodão, arroz, trigo, soja e milho, ao crescimento do endividamento do setor e à quebra de safra por causa da seca. ?Por isso o governo está agindo com prorrogações das dívidas e novos mecanismos de crédito?, justificou. O total das perdas deverá ser estimado em dois meses, dependendo dos pedidos de prorrogação.