O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, participa hoje, no Rio Grande do Sul, da primeira reunião da Comissão Permanente de Agricultura do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul). O encontro será realizado durante a 26.ª Expointer 2003, em Esteio, Região Metropolitana de Porto Alegre.
Coordenado por Odacir Klein, secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Estado que este ano preside o Codesul, o encontro vai debater temas que vão da defesa sanitária ao funcionamento integrado de instituições como a Emater (Empresa de Asssistência Técnica e Extensão Rural). “É muito importante que se definam ações conjuntas para a vigilância sanitária”, ressalta o secretário do Codesul no Paraná, Santiago Martin Gallo, ao lembrar que, por maior que seja o controle, sempre surgem suspeitas de novos focos de febre aftosa.
“A suspeitas aparecem nos mais inusitados pontos, como por exemplo, gora, quando o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar (Senasa), da Argentina, informa sobre a possível ocorrência da doença na cidade de Tartagal, na província de Salta, perto da fronteira com a Bolívia.”
Para o diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, médico-veterinário Felisberto Baptista, o Paraná precisa ter biosegurança. “Apenas o fortalecimento do projeto Bacia do Prata, que tem consultoria do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa, pode conciliar as diferenças regionais, as variações entre os Estados e entre os países vizinhos”, explica.
Temas como a rediscussão do modelo de rastreabilidade, uma legislação definitiva para os transgênicos, principalmente, às vésperas de um novo plantio de soja e milho; a regulamentação para a lei de certificação de sementes que agora se abre para o setor privado e o papel da assistência técnica estão entre os que o Paraná considera fundamentais no debate entre os secretários do Codesul.
O Paraná, com um rebanho de 10,1 milhões de bovinos e bubalinos, tem certificado da Organização Internacional de Epizootias de território livre de febre aftosa com vacinação, realizada todo ano, nos meses de maio e novembro.
Dos Estados do Codesul, Santa Catarina é o único que possui o certificado nacional de território livre de febre aftosa sem vacinação, enquanto o Paraná segue o calendário de vacinação que o Ministério da Agricultura estabelece para a região Centro-Oeste.
“Conciliar realidades diferentes também é desafio a defesa sanitária vegetal, quando o tema é, por exemplo, citricultura”, lembra o engenheiro agrônomo Paulo Fernando Andrade, assessor técnico da Secretaria da Agricultura.
A Região Noroeste do Paraná, que há 15 anos substituiu lavouras de algodão por 7 mil hectares de laranjais e a instalação de três indústrias de suco concentrado congelado, observa com apreensão a morte súbita de citros no Norte de São Paulo.
Há 13 mil hectares de laranjais, em todo Paraná, o que não chega a 2% da produção paulista. “Porém, significam uma nova perspectiva econômica para o Estado”, destaca Paulo Fernando Andrade.