O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, deu um claro sinal nesta terça-feira de que ele espera suceder Mario Draghi na presidência do Banco Central Europeu (BCE), do qual faz parte do Conselho de Governadores.

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Uma eventual candidatura de Weidmann ao cargo provavelmente deve ser apoiada pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, mas deve ter a oposição de alguns governos da sul da Europa, críticos da austeridade defendida pelo ministro alemão.

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Axel Weber, sucessor de Weidmann no BC alemão, era o favorito para assumir a presidência do BCE no começo da década até se demitir inesperadamente no início de 2011, abrindo caminho para a liderança de Draghi. À época, Weber disse que estava preocupado em ter de representar pelo BCE pontos de vista com os quais ele não concordava, como a compra de títulos pelos bancos centrais.

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Questionado na terça-feira se ele tinha preocupações semelhantes com Weber, Weidmann afirmou que o atual programa de compra de títulos do BCE é fundamentalmente diferente do que provocou a renúncia de seu antecessor.

“Você pode ter um debate sobre princípios toda vez que for necessário e concluir que está preparado para aceitar que o mundo mudou”, afirmou.

Durante o mandato de Weber, o BCE esporadicamente comprou a dívida dos governos da periferia da zona do euro em um esforço para se defender da crise da dívida na região. Três anos atrás, a instituição lançou um programa mais estruturado de compra de títulos que totaliza 2,5 trilhões de euros. O relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), como é conhecido, é creditado como fonte da recuperação econômica firme em toda a zona do euro.

Weidmann disse que o QE é amparado por regras rígidas que limitam a partilha de riscos e as distorções do mercado, incluindo a exigência de que o BCE apenas compre a dívida de um país em proporção ao tamanho de sua economia.

Nos últimos meses, o chefe do Bundesbank atenuou as críticas às políticas à medida que a economia da zona do euro acelerou o crescimento e começou a disputa aberta pela substituição de Draghi.

Nesta terça-feira, Weidmann repetiu o pedido pelo fim da QE, mas, por outro lado, também pediu cautela ao eliminá-lo.

“Eu acredito que é importante reduzir de forma gradual e confiável o grau de estímulo monetário assim que as perspectivas de evolução dos preços na área do euro nos permitirem”, afirmou.

A economia da zona do euro cresceu 2,5% no ano passado, a maior taxa de crescimento em uma década, enquanto o desemprego caiu para 8,7%, o menor nível desde 2009. Crucialmente, a inflação permanece abaixo do objetivo do BCE de pouco menos de 2%. Fonte: Dow Jones Newswires.