Decolagem de emissão de debêntures depende de redução de juros, diz Coutinho

A inflação está ancorada e, “lá na frente”, em algum momento, vai ser possível reduzir a taxa básica de juros, afirmou nesta terça-feira, 8, o presidente Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. O movimento será importante para fazer decolar a emissão de títulos de renda fixa combinada a empréstimos do banco, na estratégia de fomentar o mercado de capitais e diminuir a dependência do financiamento público a projetos de longo prazo.

“Quando for possível reduzir a taxa de juros, repito a minha convicção de que as debêntures serão uma alternativa”, afirmou Coutinho, após a cerimônia de assinatura de um memorando de entendimentos para a cooperação entre o BNDES e o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelo Brics, grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Coutinho fez o comentário após reconhecer que, embora a emissão de debêntures esteja se estruturando de maneira “razoavelmente satisfatória”, o desenvolvimento de uma carteira de títulos “está decolando um pouquinho mais devagar”, por causa do cenário de retração da economia e de estresse nos mercados financeiros.

O presidente do BNDES também reconheceu que o “momento de incertezas no País” se reflete no desempenho do banco. “O que preocupa mais no primeiro semestre é a redução de consultas”, afirmou Coutinho.

Semana passada, o BNDES informou que o valor dos projetos consultados no banco – a primeira fase do processo de pedido de empréstimo, que serve como indicador de investimentos futuros – caiu em torno de 50% no primeiro semestre, na comparação com igual período de 2014. Sobre a queda de 18%, em termos nominais, nos desembolsos para projetos já aprovados, Coutinho comentou que eles refletem sobretudo os projetos aprovados em 2014, sendo menos afetados pela retração econômica.

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