O secretário da Agricultura Orlando Pessuti, vai decidir nesta segunda-feira, dia 31 o que fará com a soja transgênica apreendida no Paraná .
Antes, vai se reunir com lideranças da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Organização das Co-operativas do Paraná (Ocepar) e com empresas envolvidas com a comercialização da soja, que apresentarão sugestões sobre as medidas que o Paraná deve tomar para cumprir a Medida Provisória (MP) 113, do governo federal.
O cumprimento da MP 113, assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 26, não vai minimizar o rigor com que o Departamento de Fiscalização da Secretaria da Agricultura (Defis) e a Empresa de Classificação do Paraná (Claspar) agem contra o plantio e comercialização de grãos transgênicos no Paraná, disse o diretor-geral da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Newton Pohl Ribas.
Segundo Ribas, o Paraná não é um produtor de soja transgênica e os clientes internacionais, principalmente da Europa, sabem disso. Para o diretor da secretaria, todas as iniciativas do Defis e da Claspar, que orientam o produtor a não plantar sementes de soja transgênica, visam preservar o mercado internacional e nacional para o produto paranaense. “Este é o diferencial da soja paranaense, o que justifica o volume enorme de grãos e farelo que estão sendo exportados, via Porto de Paranaguá”, destacou.
Na verdade, o volume de soja transgênica apreendido no Paraná é muito pequeno, disse Ribas. A equipe do Defis apreendeu, na safra 2001/2002, 891 toneladas de soja transgênica, que foram plantadas por 75 produtores, em 117 áreas. “Trata-se de um volume inexpressivo perto da produção de soja do Estado, que deve atingir quase 11 milhões de toneladas”, comparou.
A MP do governo federal libera a soja transgênica da safra 2002/2003 para comercialização no mercado interno, desde que seja feita até janeiro de 2004. Depois disso, os estoques remanescentes devem ser incinerados. Mas o plantio de sementes de soja transgênica fica proibido para a próxima safra. A MP ressalta, porém, que todo o produto que for fabricado com soja transgênica deverá ser rotulado para que o consumidor seja informado sobre o que está comprando.
As equipes do Departamento de Fiscalização da secretaria têm sido vigilantes e mantêm o monitoramento nas lavouras para evitar que seja plantada a soja transgênica no Estado, afirmou o diretor. “Até porque a comercialização do produto continua proibida no País”, ressaltou.